Em uma área com terremotos, ter smartphone Android pode ser útil

Estudo mostra como o sistema de alerta sísmico do Android já evitou tragédias e pode funcionar em regiões sem infraestrutura
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Bruno Capozzi 21/07/2025 20h39
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Imagem: Pe3k/Shutterstock
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Desde 2020, o sistema Android Earthquake Alert (AEA) tem transformado smartphones em sensores sísmicos capazes de detectar terremotos e enviar alertas com até um minuto de antecedência.

A iniciativa do Google, integrada à maioria dos celulares Android, já está ativa em 98 países e tem o potencial de salvar vidas ao permitir que pessoas busquem abrigo antes do início dos tremores.

Segundo um artigo publicado na revista Science, entre 2021 e 2024, o sistema enviou alertas para milhões de pessoas, incluindo meio milhão na Turquia e na Síria antes do devastador terremoto de magnitude 7,8 em fevereiro de 2023. Dos 1.279 alertas emitidos, apenas três foram falsos.

Dados sismográficos de um grande terremoto. Ondas sísmicas na página do relatório. Ilustração 3D.
Sistema do Google detecta tremores e envia alertas com até um minuto de antecedência (Imagem: DestinaDesign/Shutterstock)

Leia mais:

Como o sistema consegue detectar os terremotos

  • A tecnologia funciona detectando as ondas sísmicas iniciais (P e S) por meio dos sensores dos próprios celulares.
  • Quando vários dispositivos registram o mesmo evento, os dados são enviados aos servidores do Google, que identificam o epicentro e emitem alertas geolocalizados — com velocidade superior à das ondas sísmicas.
  • Além de ser gratuito e amplamente acessível, o sistema é especialmente útil em regiões sem infraestrutura tradicional de monitoramento sísmico.
  • Hoje, emite cerca de 60 alertas mensais para 18 milhões de usuários.
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Celulares Android estão ajudando a salvar vidas em terremotos (Imagem: Primakov / Shutterstock.com)

Ainda há o que melhorar no sistema

Apesar do sucesso, o sistema ainda enfrenta desafios. No caso do terremoto de 2023, o Google admitiu que subestimou a magnitude inicial, falha que atrasou parte dos alertas. Desde então, ajustes foram feitos no algoritmo e, segundo testes, ele seria hoje capaz de emitir 10 milhões de alertas com maior precisão.

A proposta não é substituir os sistemas oficiais, mas complementar os esforços globais de detecção e alerta precoce. O Google afirma que continuará investindo em melhorias para tornar o AEA cada vez mais eficaz.

Ilustração de medições de terremoto feitas por agulha de sismógrafo
Tecnologia gratuita detecta ondas sísmicas usando sensores dos smartphones e já alcançou milhões de pessoas (Imagem: Menur / Shutterstock.com)
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.