Venda de cigarro eletrônico é suspensa em grandes plataformas após decisão da Senacon

Carrefour e Enjoei devem remover anúncios e suspender venda de cigarro eletrônico, com multa diária de R$ 50 mil para descumprimento
Por Maurício Thomaz, editado por Bruno Capozzi 24/07/2025 13h04, atualizada em 01/08/2025 19h16
Cigarro eletrônico na mão da vaper. Mulher fuma cigarro de vapor. Vaper está em um lugar escuro.
Mulher exala fumaça do vape/Shutterstock/FOTOGRIN
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A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, determinou nesta quinta-feira (24) que as plataformas Carrefour e Enjoei suspendam imediatamente a venda e retirem os anúncios de cigarros eletrônicos, produtos similares e seus acessórios, sob pena de multa diária de R$ 50 mil.

A resolução, publicada no Diário Oficial da União (DOU), estipula prazo de 24 horas para a remoção dos anúncios irregulares e cinco dias para apresentação de comprovantes formais da retirada.

Mulher fumando cigarro eletrônico
Plataformas têm 24 horas para remover os anúncios (Imagem: Freepik)

Além da suspensão, as empresas devem informar os mecanismos de monitoramento que adotam para evitar a comercialização de produtos que descumprem as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), responsável pela regulamentação do tema.

A Senacon enviou cópias do processo à Anvisa para que avalie possíveis medidas regulatórias complementares, como fiscalização, interdição e recolhimento de produtos.

Uso proibido e riscos do cigarro eletrônico no Brasil

A comercialização e o uso de cigarros eletrônicos no Brasil é proibida desde 2009 pela Anvisa, que revisou estudos científicos que comprovam que esses dispositivos não ajudam na redução do consumo de nicotina, mas estimulam o tabagismo, inclusive entre jovens.

Ainda assim, a venda ocorre clandestinamente, e pesquisas recentes indicam aumento do uso no país, principalmente entre adolescentes e adultos jovens.

Mão segurando um vape com fumaça saindo do bico do equipamento
Cresce uso de cigarros eletrônicos entre adolescentes e jovens adultos (Imagem: Amani A/Shutterstock)

Leia mais:

O passado, o presente e o futuro dos cigarros eletrônicos

  • No ano passado, a Senacon já havia notificado várias plataformas, incluindo Carrefour e Enjoei, para retirar os anúncios de cigarros eletrônicos, mas a continuidade das vendas levou à nova medida cautelar.
  • O cenário atual preocupa autoridades de saúde, já que o cigarro eletrônico, também chamado de vape, atrai especialmente o público jovem por não produzir fumaça visível e apresentar sabores variados.
  • O debate sobre a regulamentação dos cigarros eletrônicos permanece ativo no país, com um projeto de lei tramitando no Senado que busca regulamentar a produção e comercialização desses produtos, enquanto a Anvisa reforça a proibição em razão dos riscos à saúde pública.

O que dizem as empresas citadas

A assessoria de imprensa do Carrefour disse à TV Globo que “atua em total observância à legislação e que os apontamentos recebidos estão sendo devidamente analisados”.

O Enjoei disse, em nota, que “sua política já proíbe anúncios dessa natureza e que, diante da notificação, reforçou o monitoramento e a exclusão de publicações indevidas”.

Maurício Thomaz
Colaboração para o Olhar Digital

Jornalista com mais de 13 anos de experiência, tenho faro pela audiência e verdadeira paixão em buscar alternativas mais assertivas para a entrega do conteúdo ao usuário.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.