Anestesia geral e sedação para realização de tatuagem agora são proibidas

A decisão foi tomada pelo Conselho Federal de Medicina e publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta segunda-feira (28)
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 28/07/2025 10h03
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Imagem: Zamrznuti tonovi/Shutterstock
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Uma decisão do Conselho Federal de Medicina proíbe o uso de sedação, anestesia geral ou bloqueios anestésicos periféricos para a realização de tatuagem. A nova norma foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta segunda-feira (28).

De acordo com a determinação, a proibição vale para procedimentos de todos os tamanhos e em todas as regiões do corpo. A exceção é no caso de tatuagens indicadas por médicos para reconstrução de partes do corpo.

Proibição vale para tatuagens de todos os tamanhos e em todas as regiões do corpo (Imagem: Olena Yakobchuk/Shutterstock)

Diferenças entre anestesia geral e sedação

  • A proibição acontece após alguns casos de problemas relatados após os procedimentos.
  • Em um deles, o empresário e influenciador Ricardo Godoi, de 46 anos, morreu em um hospital particular de Itapema, em Santa Catarina.
  • Ele havia recebido anestesia geral para fazer uma tatuagem.
  • Neste procedimento, aplicado em ambiente hospitalar, o paciente para de respirar espontaneamente e passa a receber um carrinho de ventilação.
  • Já na sedação, que pode ser leve, moderada ou até profunda, ele é induzido ao sono, mas pode despertar a qualquer momento.

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Anestesia geral é um procedimento complexo (Imagem: AndriyShevchuk/Shutterstock)

Procedimentos envolvem riscos

Especialistas ouvidos pelo G1 explicam que, assim como qualquer outro tipo de intervenção, a anestesia tem riscos. Além disso, algumas medicações utilizadas nos procedimentos podem provocar uma queda muito abrupta, dependendo da dose, da pressão do paciente e da frequência cardíaca.

Alguns tipos de medicações fazem com que ocorra a inibição da respiração espontânea desse paciente. Quando a gente faz anestesia geral, obrigatoriamente a gente provoca isso, e se o médico, por alguma questão anatômica, não conseguir ter acesso a via aérea do paciente, tem risco de fazer uma hipoxemia ou uma falta de oxigênio nos tecidos.

Esthael Cristina Querido Avelar, médica anestesiologista da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
Sedação induz o paciente ao sono (Imagem: Nicoleta Ionescu/Shutterstock)

O tempo de sedação também precisa ser levado em conta. Quanto maior a duração, mais medicação e mais risco. Por fim, especialistas ressaltam que, para receber uma anestesia, o paciente precisa de preparação, como o jejum de oito horas.

Há o risco de broncoaspiração, o alimento que está no estômago ir parar nos pulmões, se ele não estiver em jejum. Essa é uma complicação frequente. Também pode ter problemas com alergias, arritmias, crises de asma. Tudo isso precisa ser pesado antes de uma anestesia.

George Miguel Goes, médico anestesiologista do Hospital Israelita Albert Einstein
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.