A China tem um novo setor ‘queridinho’: os robôs humanoides

Para especialistas, robôs chineses podem já rer superado os rivais
Vitoria Lopes Gomez28/07/2025 11h28, atualizada em 28/07/2025 18h03
Robôs humanoides da empresa Unitree Robotics se enfrentam em um ringue de boxe
Robôs da Unitree lutando boxe (Imagem: CGTN/Reprodução)
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A Conferência Mundial de Inteligência Artificial em Xangai (WAIC), um evento anual que mostra os avanços da China no setor, começou no sábado e vai até esta segunda-feira (28). Mas a IA não é o único assunto em pauta: os robôs humanoides também têm atraído a atenção do público e das empresas.

Inclusive, o governo chinês tem apoiado o setor de robótica, uma área na qual especialistas acreditam que a China já supera os Estados Unidos.

Robô humanoide G1 da Unitree Robotics dançando
Robô G1, da Unitree, um dos destaques da WAIC deste ano (Imagem: Unitree Robotics/YouTube)

Robôs humanoides chamaram atenção na conferência

A conferência trouxe novidades importantes no setor de inteligência artificial, como o anúncio do premiê Li Qiang de criar uma cooperação global para rivalizar com os Estados Unidos. Falaremos mais sobre isso abaixo.

A IA não foi o único assunto debatido no evento. De acordo com a AFP, os robôs humanoides também chamaram atenção. Enquanto os visitantes caminhavam pelo local, as máquinas tocavam instrumentos musicais, trabalhavam como garçons ou operadores, e até praticavam esportes contra os humanos.

A maioria dos robôs apresentados não eram perfeitos em suas tarefas. Mesmo assim, eles demonstraram a sofisticação crescente e a variedade de aplicação das máquinas. Veja:

Um exemplo foi o G1, da empresa Unitree. Ele mede 1,30 metro de altura e tem uma bateria que dura duas horas, o que permitiu que ele lutasse boxe ao vivo no evento. E antes mesmo da conferência de abertura da WAIC, a companhia anunciou mais um robô humanoide: o R1, que deve ser em tamanho real e custar menos de US$ 6 mil (cerca de R$ 33,5 mil).

A Baidu também aproveitou a conferência para anunciar uma nova geração de “humanos digitais”, agentes de IA criados com base em pessoas reais e que podem tomar decisões, pensar e colaborar. A empresa demonstrou a tecnologia em uma transmissão com um streamer humano, no qual os dois realizaram vendas ao vivo – e o agente superou o vendedor humano em algumas categorias.

Durante o evento, a companhia também anunciou que recebeu uma licença para operar robotáxis totalmente autônomos em alguns locais do distrito de Pudong.

Além das empresas já conhecidas do setor de tecnologia, outras companhias apresentaram robôs humanoides dos mais variados tipos, para várias funções. Teve espaço até para os cães robôs demonstrarem seu potencial.

China tem apostado nos robôs humanoides

  • Enquanto tenta competir com os Estados Unidos no campo de inteligência artificial, os robôs humanoides chineses podem estar à frente dos americanos. Pelo menos é que o dizem especialistas à AFP;
  • O governo da China tem incentivado esse campo, com subsídios para as empresas do setor;
  • E tem dado resultado. Segundo Yang Yifan, diretor de P&D da Transwarp, uma provedora de plataformas de IA com sede em Xangai, a demanda pelas máquinas está “muito forte atualmente”.

Essa ‘aposta’ não é de hoje. Os robôs também foram destaques no WAIC do ano passado. Confira:

China quer cooperação global de IA para enfrentar os Estados Unidos

No primeiro dia do evento, o premiê chinês disse que quer criar uma organização para promover a cooperação global em IA, posicionando a China como uma alternativa aos EUA. Nessa cooperação, ele propõem que uma tecnologia compartilhada abertamente entre todos os países e que empresas ao redor do mundo tenham direitos iguais de uso.

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Na ocasião, o executivo não citou os EUA diretamente, mas alertou que a tecnologia está em risco de virar exclusividade de alguns países.

O Olhar Digital deu os detalhes sobre este plano aqui.

Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.