Visão aérea da região onde túnel entre Santos e Guarujá será construído (Imagem: Reprodução/Governo federal)
O estado de São Paulo vai ter o primeiro túnel imerso do Brasil e da América Latina. Com um quilômetro e meio de extensão (dos quais 870 metros serão submersos), ele vai ligar Santos e Guarujá, no litoral paulistano. Diferente de um túnel escavado, este será montado com módulos pré-fabricados.
Na Europa, um túnel está sendo construído com a mesma técnica. A diferença é a escala. O de lá, que vai conectar Alemanha e Dinamarca, vai ter 18 quilômetros de extensão. Vai ser o maior túnel submerso do mundo.
O túnel entre Santos e Guarujá vai ter seis módulos de concreto pré-moldados numa doca seca. Depois, eles serão mergulhados na água para o teste de vedação e impermeabilidade. Por fim, os módulos serão transportados por flutuação até o local onde o túnel será montado, a 21 metros de profundidade no mar.
Segundo comunicado publicado pelo governo do estado de São Paulo, as etapas da construção do túnel imerso são:
Primeiro, precisa preparar o fundo do canal onde o túnel será instalado. Uma trincheira é cavada no local para abrigar os módulos que formarão a estrutura. Também serão instaladas placas de concreto na vala para suportar os módulos do túnel.
Os elementos do túnel são peças de concreto construídas numa doca seca, de preferência próxima ao local onde ficará o túnel. Eles contam com piscinas provisórias no seu interior para que a estrutura não afunde na água num primeiro momento.
Quando as peças ficam prontas, elas passam por testes de vedação e impermeabilidade. Na sequência, a doca seca é inundada. Por conta das piscinas provisórias, os elementos flutuam para serem transportados por rebocadores para o local onde o túnel vai ficar.
Os elementos são fixados em pontes flutuantes e posicionados por sistemas eletrônicos no ponto exato onde devem ser mergulhados.
A água presente nas piscinas provisórias do interior dos módulos é bombeada, fazendo submergir lentamente os elementos do túnel. Esse processo é monitorado por sensores.
Por meio de guinchos hidráulicos, os elementos são aproximados até o contato entre eles.
A união final dos módulos de túnel contíguos é feita pela diferença de pressão atmosférica no interior do elemento já posicionado e a pressão que a água exerce no novo elemento.
Numa das extremidades do elemento, são ancorados macacos hidráulicos, que movimentam pinos de aço para nivelar o módulo. Os pinos são soldados e os macacos hidráulicos, retirados. Em seguida, é injetada areia na base, formando uma “cama” para assentar o elemento do túnel.
Por fim, uma camada de pedras é utilizada para recobrir e proteger o túnel contra impactos de embarcações e o enganchamento de âncoras soltas.
A previsão para a conclusão da construção do túnel é 2031, informou a Secretaria de Parcerias do governo do estado de São Paulo ao Olhar Digital.
Leia mais:
O trecho vai ligar as regiões de Outeirinhos e Macuco, em Santos, ao bairro Vicente de Carvalho, em Guarujá. O estudo de mobilidade do projeto concluiu que a localização mais adequada do túnel é no centro do canal, segundo o governo estadual.
Além da passagem de veículos, o túnel contará com uma área de circulação para ciclistas e pedestres instalada entre as seis vias da pista – três faixas por sentido, sendo uma delas adaptável ao VLT (Veículo Leve sobre Trilhos).
Com investimento estimado em R$ 6 bilhões, o projeto será realizado por meio de uma parceria público-privada (PPP), com concessão de 30 anos para construção, operação e manutenção. A obra é uma parceria entre o estado e o governo federal. E o leilão está marcado para 1º de agosto de 2025.
Esta post foi modificado pela última vez em 29 de julho de 2025 14:08