Na noite desta terça-feira (29) (madrugada de quarta-feira [30] na Europa), o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) informou que um terremoto de magnitude 8,8 atingiu a costa leste da Rússia.
O epicentro do tremor foi a cerca de 125 km a sudeste da cidade de Petropavlovsk-Kamchatsky — que possui 165 mil habitantes e está localizada na Baía de Avancha, extremo leste russo — a profundidade de 19,3 km, algo considerado raso e que pode favorecer a formação de ondas. Segundo o g1, existem moradores em vilarejos próximos ao local.
Abalos secundários de 6,3 e 6,9 graus, respectivamente, foram sentidos na região menos de uma hora após o terremoto principal.

O USGS também soltou um alerta para tsunami na região leste da Rússia. Quem também pode ser afetado pelo fenômeno são a costa oeste do Canadá, Japão e Estados Unidos — mas o maior risco está mesmo na Rússia e no país asiático.
O órgão estadunidense também alertou quase toda a costa do continente americano, incluindo, além dos EUA e Canadá, México, Chile e Equador, onde as chances de haver tsunami são menores. Contudo, vale ressaltar novamente que Rússia e Japão são os países com maior risco (e os mais afetados até aqui).
Terremoto na Rússia
- O Serviço Geofísico da Academia de Ciências da Rússia informou que esse foi o terremoto mais forte que foi registrado na região desde 1952;
- A Península de Kamtchatka possui cerca de 1,25 mil km de extensão;
- Ela fica entre o Oceano Pacífico e o Mar de Okhtosk;
- Além de pequenas comunidades formadas por vilarejos, há regiões vulcânicas ativas no local, além de que está sujeita a terremotos e atividades sísmicas intensas;
- Segundo o governador regional de Kamtchatka, Vladimir Solodov, trata-se do terremoto mais forte em décadas;
- Ele disse que houve danos materiais;
- A agência estatal Tass informou que há várias pessoas com ferimentos leves na Rússia, inclusive em um aeroporto;
- As autoridades locais estão pedindo que os moradores fiquem longe das áreas costeiras;
- Moradores da cidade costeira de Severo-Kurilsk estão sendo retirados da região — lá, são cerca de dois mil habitantes atualmente, segundo o governador de Sakhalin, Valery Limarenko.

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Japão sofre com tsunami
A Agência Meteorológica do Japão também deixou sua costa leste em alerta para tsunami — o que acabou por acontecer. Esperava-se ondas de até três metros em várias áreas costeiras no Oceano Pacífico. As autoridades emitiram alertas de emergência e recomendam que a população se afaste dessas regiões.
A TV estatal japonesa NHK confirmou que o tsunami já atingiu o norte japonês, com ondas abaixo de um metro de altura.
Já a Agence France-Presse (AFP) afirmou que os trabalhadores da usina de Fukushima foram retirados de lá. Um tsunami de grande magnitude atingiu a região em 2011 e provocou um desastre nuclear no local.
O governo local emitiu alertas de emergência, pediu que sua população se afaste de algumas regiões e, por fim, suspendeu algumas linhas de trem.
Por sua vez, o USGS disse, em comunicado, que “ondas de tsunami perigosas causadas por este terremoto podem atingir partes da costa da Rússia e do Japão nas próximas três horas“.
“Ondas de tsunami podem ultrapassar três metros acima do nível da maré em algumas áreas das ilhas do noroeste do Havaí e da costa da Rússia“, complementou.
O governo do Havaí ordenou que parte de sua área costeira seja evacuada por ameaça de “ondas de tsunami destrutivas” na região.

O Ministério do Interior da Rússia confirmou que ondas de até quatro metros de altura foram registradas em Kamtchatka logo após o terremoto.
Há também risco de ondas destrutivas para países banhados pelo Oceano Pacífico.
Tanto a Península de Kamtchatka e o Extremo Oriente da Rússia estão na chamada região do Círculo de Fogo do Pacífico, onde há intensa atividade geológica, além de haver muitos terremotos e erupções vulcânicas.
Definição da magnitude de um terremoto
A escala para medir terremotos mais conhecida e utilizada é a Richter, mas ela está caindo em desuso.
A universidade Michigan Tech (EUA) afirma que o potencial de danos que cada intervalo de magnitude causa é das seguintes dimensões:
- Até 2,5: não chega a ser sentido, havendo registro dos sismógrafos;
- De 2,5 a 5,4: chega a ser sentido e causa apenas pequenos danos;
- De 5,5 a 6,0: danos a edifícios e demais estruturas;
- De 6,1 a 6,9: causam muitos danos em áreas densamente povoadas;
- De 7,0 a 7,9: considerado grande terremoto, com sérios danos, tais como prédios destruídos, em áreas habitadas;
- De 8,0 ou mais: é ainda mais forte que o anterior e pode destruir, por completo, comunidades próximas ao epicentro.