Segredo do porquê sentimos sono pode estar em nossas células

Cientistas identificam sobrecarga nas mitocôndrias como sinal biológico que força o cérebro a descansar
Leandro Costa Criscuolo29/07/2025 15h52
sono
Imagem: Lenar Nigmatullin/Shutterstock
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Um novo estudo da Universidade de Oxford, no Reino Unido, revela um possível gatilho celular que explica por que sentimos sono.

A pesquisa, publicada na Nature, aponta as mitocôndrias — estruturas celulares responsáveis por gerar energia — como as responsáveis por sinalizar ao cérebro quando é hora de dormir.

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Pesquisa mostra como o acúmulo de resíduos nas células ativa a necessidade de dormir – Imagem: shutterstock/fizkes

Descobertas do estudo

  • Usando moscas-das-frutas, cujo sistema neurológico tem semelhanças relevantes com o humano, os cientistas observaram que, quando as mitocôndrias estão sobrecarregadas, liberam elétrons em excesso.
  • Isso gera resíduos tóxicos que colocam os neurônios reguladores do sono em alerta máximo, forçando o corpo a descansar para evitar danos celulares.
  • “Essa sobrecarga indica que o cérebro está rodando no ‘vazio’, e o sono serve para resetar esse sistema”, explica o fisiologista Gero Miesenböck, coautor do estudo.
  • Por meio de manipulações genéticas, os pesquisadores comprovaram a teoria: moscas com maior liberação de elétrons dormiam mais, enquanto aquelas com menos atividade mitocondrial dormiam menos.

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Quando sobrecarregadas, estruturas celulares acionam neurônios que nos fazem parar tudo e descansar (Imagem: Shutterstock/New Africa)

Maior compreensão sobre a importância do sono

Embora o sono também seja influenciado por fatores como o ritmo circadiano ou consumo de cafeína, os resultados oferecem um mecanismo celular direto que ajuda a entender por que o sono é vital.

Além disso, abrem caminho para novas abordagens no tratamento de distúrbios do sono e doenças neurológicas como o Alzheimer, que têm forte relação com o descanso cerebral.

A pesquisa ainda sugere conexões entre metabolismo, sono e longevidade, já que animais com metabolismo acelerado tendem a dormir mais e viver menos.

Descoberta pode ajudar a entender distúrbios do sono e doenças neurológicas como Alzheimer (Imagem: fizkes/Shutterstock)
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.