Telemedicina está disponível em só 10% das cidades do Brasil, diz levantamento

Regiões com menos médicos enfrentam barreiras para adotar a telemedicina. Veja levantamento da Frente Nacional dos Prefeitos.
Por Maurício Thomaz, editado por Bruno Capozzi 29/07/2025 08h53
Telemedicina só chega a 10% dos municípios brasileiros
Telemedicina só chega a 10% dos municípios brasileiros (Créditos: Phanphen Kaewwannarat / iStock)
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A telemedicina está longe de ser uma realidade para a maioria da população brasileira. Segundo um levantamento da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), apenas 10% dos municípios do país oferecem consultas médicas online. O principal entrave é a falta de infraestrutura, como computadores e acesso à internet de qualidade.

Mesmo com avanços tecnológicos e a regulamentação da prática no Brasil, grande parte das cidades, especialmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, ainda enfrenta dificuldades para implementar esse tipo de atendimento, que poderia reduzir filas no SUS e ampliar o acesso a especialistas.

Telemedicina é alternativa em regiões com poucos médicos

Ampliar a telemedicina pode ajudar a reduzir filas no SUS
Ampliar a telemedicina pode ajudar a reduzir filas no SUS (Créditos: Liubomyr Vorona / iStock)

A pesquisa da FNP revela que a teleconsulta pode ajudar a reduzir o impacto da escassez de médicos, principalmente em áreas críticas como:

  • Oftalmologia
  • Ortopedia
  • Neurologia
  • Cirurgia geral

O formato virtual permite que médicos e enfermeiros atendam pacientes via vídeo diretamente das unidades básicas de saúde, evitando que pacientes com problemas mais simples ocupem lugar nas filas de casos mais graves.

Investimento e regulamentação para ampliar acesso

Governo pretende investir R$ 300 milhões em telemedicina
Governo pretende investir R$ 300 milhões em telemedicina (Créditos: AndreyPopov / iStock)

Para mudar esse cenário, o Ministério da Saúde incluiu a telessaúde no PAC da Saúde, prevendo um investimento de R$ 300 milhões. A expectativa é que a digitalização reduza em até 30% o tempo de atendimento no Sistema Único de Saúde.

Além disso, a prática está respaldada pela Lei nº 14.510/2022, que autoriza a telessaúde em todo o território nacional, e pela Resolução CFM 2.314/2022, que define os critérios técnicos e éticos para seu uso.

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Durante a pandemia, a telemedicina cresceu 372% e chegou a realizar mais de 7,5 milhões de atendimentos, segundo a Saúde Digital Brasil. O desafio agora é garantir que essa ferramenta chegue a mais regiões e contribua de forma concreta para a democratização do acesso à saúde no país.

O levantamento foi divulgado pelo Jornal Nacional.

Pessoas utilizando máscaras para evitar a propagação de doenças respiratórias
Pandemia acelerou uso da telemedicina no país (Créditos: william87 / iStock)
Maurício Thomaz
Colaboração para o Olhar Digital

Jornalista com mais de 13 anos de experiência, tenho faro pela audiência e verdadeira paixão em buscar alternativas mais assertivas para a entrega do conteúdo ao usuário.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.