Ventilador alivia ou agrava o calor? Depende do clima, diz pesquisa

Em idosos, o uso do aparelho ajuda no conforto sob calor úmido, mas pode ser perigoso em ambientes secos e superaquecidos
Leandro Costa Criscuolo30/07/2025 18h08
ventilador
Imagem: Alliance Images/Shutterstock
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Um novo estudo publicado no JAMA Network Open revela que ventiladores elétricos de alta velocidade oferecem apenas benefícios limitados na proteção de idosos durante ondas de calor, especialmente em ambientes internos.

Conduzida por universidades australianas em parceria com o Instituto Cardíaco de Montreal, a pesquisa divulgada nesta quarta-feira (30) avaliou 58 adultos com mais de 60 anos em diferentes cenários de calor úmido e seco.

O El Niño ainda pode trazer eventos climáticos extremos como ondas de calor, incêndios florestais, secas e enchentes (Crédito: TWStock/ Shutterstock)
Estudo estou cenários distintos de calor para entender se os efeitos do uso do ventilador são benéficos (Imagem: TWStock/ Shutterstock)

Descobertas do estudo

  • Durante exposições a 38 °C com 60% de umidade, o ventilador reduziu a temperatura corporal central em apenas 0,1 °C, promovendo maior sudorese e sensação de conforto.
  • No entanto, esse resfriamento foi insuficiente para impedir o acúmulo de calor interno.
  • Já em condições secas e extremas (45 °C e 15% de umidade), o ventilador aumentou a temperatura corporal em 0,3 °C, agravando o desconforto térmico.
  • Nessas situações, o ventilador parece impulsionar o calor ambiente contra o corpo, tornando-se contraproducente.

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Ventilador de mesa. Imagem: Delaney Van/Unsplash
Ventilador tem efeito limitado e, em altas temperaturas secas, pode até agravar o superaquecimento corporal em idosos (Imagem: Delaney Van/Unsplash)

Testes com borrifamento de água morna na pele — para simular suor — mostraram melhora no conforto, mas sem efeito significativo na temperatura corporal central, especialmente quando combinados com o uso de ventilador.

Em alguns casos, a hidratação da pele chegou a inibir o suor natural, prejudicando a regulação térmica.

Outras formas de proteção são necessárias

Dado o risco cardiovascular elevado em ondas de calor, os pesquisadores concluem que ventiladores sozinhos são insuficientes para proteger idosos — grupo mais vulnerável a eventos climáticos extremos.

Intervenções adicionais, como centros públicos de resfriamento e alertas de calor mais precisos, são recomendadas para mitigar os efeitos adversos em populações de risco.

Idoso protegendo cabeça contra o sol usando jornal dobrado em dia quente
Pesquisadores alegam que, sozinho, o ventilador não é suficiente para proteger idosos de calores intensos (Imagem: Tomaz Silva/Agência Brasil)
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.