Associações pressionam Lula por taxação de streaming

Projeto de lei em discussão no Congresso pode elevar alíquota de contribuição para a indústria nacional de 3% para 6%
Bruna Barone30/07/2025 00h01, atualizada em 01/08/2025 19h22
Pessoa apontando controle para TV com serviço de streaming aberto
(Imagem: CeltStudio/Shutterstock)
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Associações do setor audiovisual brasileiro divulgaram uma carta defendendo a urgência do projeto de lei que pode aumentar a taxação dos serviços de streaming no país. O documento também foi enviado na última semana ao presidente Lula, segundo a Agência Brasil

Nas redes sociais, as entidades pedem que a sociedade civil entre em contato com deputados para “defender a soberania brasileira”. A proposta eleva de 3% para 6% a alíquota da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine).

“Em um ano de resultados tão importantes, no qual nossas obras colocaram o Brasil em destaque nos maiores eventos do mundo proporcionando ao país enorme projeção internacional e demonstrando o valor inestimável da produção audiovisual brasileira, não podemos responder com uma Regulação que, além de tardia, denote postura de entreguismo e vassalagem às Big Techs atuantes no país’’, diz a carta. 

Logo da Netflix na tela de um smartphone
Associação que representa streamings defende regulamentação, mas faz ponderações sobre alíquota de contribuição (Imagem: Emre Akkoyun/Shutterstock)

Briga com gigantes

Os signatários estariam preocupados com o resultado de um encontro de representantes do Ministério da Cultura com a Strima, associação que representa Disney+, Globoplay, HBO Max, Netflix e Prime Video, segundo a reportagem.

Na avaliação das associações, essa aproximação pode enfraquecer políticas voltadas ao desenvolvimento de produções nacionais, incluindo investimentos realizados pelo Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). Segundo a carta, o debate sobre a taxação do streaming se desenrola há mais de 15 anos.

“O intuito do envio da carta é justamente para mostrar que estamos – sociedade civil e setores do audiovisual – mobilizados para pressionar a manutenção da contribuição de 6% e garantir uma regulamentação que beneficie a cultura brasileira”, afirmou uma das diretoras da Conexão Audiovisual Centro-Oeste, Norte, Nordeste (Conne), Cibele Amaral.

Debate sobre a taxação do streaming se desenrola há mais de 15 anos (Imagem: Wirestock/iStock)

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Em busca do equilíbrio…

Em nota enviada à Agência Brasil, o Ministério da Cultura defendeu a proposta de manter a alíquota em 6%, o que garantirá “recursos suficientes para o fomento da produção nacional sem comprometer a sustentabilidade do mercado”. 

Afirmou, ainda, que o projeto em discussão no Congresso “foi construído por meio de processo colaborativo que envolveu diversas instâncias da Pasta, refletindo as diretrizes defendidas desde 2023”.

Ministério da Cultura defendeu a proposta de manter a alíquota em 6% (Imagem: simpson33/iStock)

Em maio, o diretor-executivo da Strima, Luizio Felipe Rocha, disse ser favorável à regulamentação do setor, mas fez ponderações sobre a alíquota em discussão. Segundo ele, nenhum dos dez países que mais consomem streaming no mundo aplicam taxas que chegam ao patamar sugerido no Brasil.

Bruna Barone
Colaboração para o Olhar Digital

Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.