Onça-pintada é avistada no Rio de Janeiro após 50 anos; veja imagens

Retorno da onça-pintada ao Rio está ligado ao aumento da vegetação nativa. Veja imagens e saiba o que diz o Inea.
Por Maurício Thomaz, editado por Bruno Capozzi 30/07/2025 00h02, atualizada em 04/08/2025 11h45
Onça-pintada reaparece no Rio de Janeiro após 50 anos
Onça-pintada reaparece no Rio de Janeiro após 50 anos (Créditos: Divulgação / Inea)
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A presença de uma onça-pintada no estado do Rio de Janeiro foi confirmada após mais de cinco décadas. Segundo informações da Agência Brasil, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) identificou um macho adulto da espécie no Parque Estadual da Serra da Concórdia, em Valença, no Sul fluminense. O animal está sendo monitorado desde dezembro de 2024, com apoio do Projeto Aventura Animal.

O felino não era visto em território fluminense desde os anos 1970, período em que desapareceu da região devido ao avanço urbano. Considerada o maior predador das Américas, a onça-pintada (Panthera onca) é essencial para o equilíbrio ecológico e está cada vez mais rara: de acordo com o Inea, restam menos de 300 indivíduos em toda a Mata Atlântica.

Por que a onça-pintada voltou ao Rio de Janeiro?

Onça-pintada é registrada no Parque Estadual da Serra da Concórdia, em Valença
Onça-pintada é registrada no Parque Estadual da Serra da Concórdia, em Valença (Créditos: Divulgação / Inea)

De acordo com técnicos do Inea, o retorno da onça ao estado é reflexo direto do aumento da cobertura vegetal. Entre 1985 e 2024, a área de floresta no Rio de Janeiro cresceu de 30% para 32%. A expectativa do governo é ampliar esse índice para 40% até 2050, o que representará a restauração de cerca de 400 mil hectares de Mata Atlântica e a potencial absorção de 159 milhões de toneladas de CO₂.

Além do monitoramento por câmeras, a equipe também analisa pegadas e fezes da onça para entender sua dieta — baseada em animais como capivaras, catetos e tapitis. Até agora, não houve registro de ataques a animais domésticos ou de criação.

Próximos passos para conservação da espécie

O Inea, com apoio do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), deve realizar a captura temporária do animal para instalar um colar de rastreamento e fazer exames laboratoriais, com o objetivo de preservar a saúde da onça e acompanhar seus deslocamentos.

Leia mais:

Inea monitora onça-pintada em parque no Sul do Rio
Inea monitora onça-pintada em parque no Sul do Rio (Créditos: Divulgação / Inea)

Confira o que está sendo feito:

  • Monitoramento por câmeras desde dezembro de 2024;
  • Análise de pegadas e fezes para entender a alimentação;
  • Planejamento de captura para instalação de colar GPS;
  • Parceria com o ICMBio para exames e suporte técnico;
  • Esforços de reflorestamento com meta de 40% de cobertura vegetal até 2050.

Para o secretário estadual do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi, a descoberta representa um marco importante para a conservação. “Essa notícia é uma grande felicidade para todos nós, mas traz com ela também uma grande responsabilidade”, afirmou.

Maurício Thomaz
Colaboração para o Olhar Digital

Jornalista com mais de 13 anos de experiência, tenho faro pela audiência e verdadeira paixão em buscar alternativas mais assertivas para a entrega do conteúdo ao usuário.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.