Microsoft tem crescimento no lucro trimestral acima do esperado pelo mercado

Ações da big tech cresceram 7% após o pregão com a divulgação dos números
Rodrigo Mozelli30/07/2025 17h47, atualizada em 30/07/2025 21h35
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Nesta quarta-feira (30), a Microsoft divulgou seus resultados financeiros trimestrais. E com uma boa notícia: no segundo trimestre, os números foram superiores aos projetados por analistas, como a LSEG.

A CNBC informou que as ações da big tech cresceram 7% após o pregão com a divulgação dos números. Inclusive, no lucro por ação, foi de US$ 3,65 (R$ 20,35, na conversão direta), ante US$ 3,37 (R$ 18,79) esperados. Já a receita foi de US$ 76,44 bilhões (R$ 426,25 bilhões).

A chefe de finanças da Microsoft, Amy Hood, queria que o valor fosse de US$ 74,70 bilhões a US$ 75,80 bilhões (R$ 41,65 bilhões/42,26 bilhões), mas não superou somente o pedido pela executiva: também foi maior do que o previsto pela LSEG, que projetava US$ 74,09 bilhões (R$ 41,31 bilhões).

Logo da Microsoft na fachada do prédio da empresa
Ações da big tech cresceram 7% após o pregão com a divulgação dos números (Imagem: ShU studio/Shutterstock)

Dados financeiros da Microsoft

  • Em comunicado, a gigante do Vale do Silício informou que a receita da empresa subiu 18%. No ano passado, no mesmo período, a contagem foi de US$ 64,7 bilhões (R$ 360,79 bilhões);
  • Os negócios com nuvem inteligente (que inclui o Azure) obteve US$ 29,88 bilhões (R$ 166,62 bilhões) de receita, configurando crescimento de 26%, sendo superior ao esperado pela StreetAccount (US$ 28,92 bilhões/R$ 161,26 bilhões);
  • Pela primeira vez, a Microsoft divulgou a escala de negócios do Azure em dólares: o setor ultrapassou os US$ 75 bilhões (R$ 418,22 bilhões) no ano fiscal de 2025. Aumento de 34% ante 2024;
  • No quarto trimestre fiscal, o Azure teve crescimento de receita de 39%, sendo que analistas consultados por StreetAcount e CNBC projetavam crescimento de 34,4% e 35,3%, respectivamente.

Por sua vez, o segmento de Produtividade e Processos de Negócios da Microsoft — que abarca o software de produtividade do Office e do LinkedIn — obteve US$ 33,11 bilhões (R$ 184,63 bilhões) em receita. Especialistas ouvidos pela StreetAccount acreditavam em números girando em torno de US$ 32,12 bilhões (R$ 179,11 bilhões).

Por sua vez, a unidade de computação pessoal, que inclui Windows, publicidade gerada com pesquisas, dispositivos e videogames, obteve lucro de US$ 13,45 bilhões (R$ 75 bilhões), 9% acima do esperado (US$ 12,68 bilhões/R$ 70,70 bilhões) pela StreetAccount.

Ainda segundo a big tech, suas vendas de dispositivos e licenças de operação do Windows para fabricantes de dispositivos (como notebooks) cresceu 3%. A expectativa da pesquisadora da indústria tecnológica Gartner era de que o segmento de PCs com Windows embarcado subiria 4,4%.

O setor de inteligência artificial (IA) da Microsoft (que inclui a participação na OpenAI e em chips Nvidia), foi adicionado às vendas de software de negócios. Diz a empresa que a adoção do Microsoft 365 Copilot fez com que a companhia lucrasse mais por usuário para produtos de nuvem comerciais do Microsoft 365, tais como os pacotes de produtividade do Office.

Os produtos Copilot (para clientes comerciais e pessoais, incluindo o Microsoft 365 Copilot) possuem 100 milhões de usuários ativos mensais, afirmou o CEO, Satya Nadella, durante conferência com os investidores.

Com o fechamento do pregão de quarta-feira (30), as ações da empresa subiram 22% no ano e foram negociadas perto de recorde.

Já o índice S&P 500 ganhou cerca de 8% e, após o pregão, as ações da big tech estavam sendo negociadas acima de US$ 550 (R$ 3067,02), levando seu valor de mercado a US$ 4,1 trilhões (R$ 22,86 trilhões), sendo a segunda empresa (após a Nvidia somente) a atingir valorização de US$ 4 trilhões (R$ 22,30 trilhões).

Satya Nadella
Satya Nadella, CEO da Microsoft (Imagem: Microsoft)

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Gastos e ações realizadas no trimestre

A Microsoft está na corrida com outras gigantes de tecnologia que estão construindo data centers voltados para a IA e com cargas de trabalho cada vez mais pesadas.

Nos gastos de capital (incluindo com os data centers) e ativos adquiridos por meio de arrendamentos financeiros, a Microsoft gastou US$ 24,2 bilhões (R$ 13,49 bilhões), crescimento de 27% ante o mesmo período em 2024.

Hood entende que a empresa terá crescimento anual de 50% em gastos de capital, mas, em 2026, com crescimento inferior a 2025.

Para o próximo trimestre fiscal, a companhia estima gastos na ordem de US$ 30 bilhões (R$ 167,29 bilhões).

A big tech disse também que teve US$ 1,71 bilhão (R$ 9,53 bilhões) em outras despesas no trimestre, contando as perdas reconhecidas em investimento de método de equivalência patrimonial, como na OpenAI. Outros custos do trimestre somaram US$ 623 milhões (R$ 3,47 bilhões).

O trimestre foi corrido para a big tech: comemorou seu 50º aniversário, demitiu mais de seis mil funcionários e introduziu um recurso do GitHub para solicitar tarefas de codificação ao assistente do Copilot.

Ainda, informou que o chefe do LinkedIn, Ryan Roslansky, seria responsável pela execução de aplicativos de produtividade do Office.

Logos de OpenAI e Microsoft
Custos com a OpenAI também estão no bojo de gastos trimestrais (Imagem: DANIEL CONSTANTE/Shutterstock)

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.