Domínio da Microsoft e Amazon prejudica a concorrência, diz investigação

Amazon e Microsoft detêm, respectivamente, 40% e 30% do mercado em nuvem
Vitoria Lopes Gomez31/07/2025 12h10, atualizada em 31/07/2025 17h07
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(Imagem: Tada Images / Shutterstock.com)
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Uma investigação conduzida no Reino Unido apontou que a posição dominante da Amazon e da Microsoft no mercado de computação em nuvem está prejudicando a concorrência. O Google, que também está presente no setor em nuvem, ficou de fora.

O relatório final emitido pela Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA), responsável pela investigação, menciona prática anticompetitivas para promover os serviços das empresas.

Amazon Web Services
Divisão em nuvem da Amazon detém 40% do mercado (Imagem: sdx15/Shutterstock)

Amazon e Microsoft sob investigação

A investigação foi conduzida pela Autoridade de Concorrência e Mercados, órgão regulador antitruste do Reino Unido. O relatório final foi divulgado nesta quinta-feira (31) e aponta que a Microsoft e a Amazon Web Services (AWS, divisão em nuvem da Amazon) detêm “poder de mercado unilateral significativo” no setor de nuvem.

Esse domínio favoreceria ganhos financeiros superiores para ambas as companhias e estaria prejudicando outras competidoras. Além disso, as duas big techs estariam criando um fenômeno de “bloqueio” para outras empresas, dificultando que elas rescindam contratos.

No documento, a Microsoft também é apontada por práticas de licenciamento que impactaram negativamente a AWS e o Google. Em janeiro, a CMA já havia dito que a big tech estaria usando sua posição dominante no mercado de softwares empresariais (como com o Windows 365) para cobrar taxas de licenciamento quando os produtos eram usados em servidores de empresas rivais.

Inclusive, no ano passado, a companhia fechou um acordo de 20 milhões de euros para resolver uma acusação semelhante de práticas de licenciamento anticompetitivas e evitar uma possível multa ainda maior.

Vale lembrar que a AWS e a Microsoft têm, respectivamente, 40% e 30% de participação no mercado de serviços em nuvem (incluindo rede, processamento e armazenamento). O Google ainda é menor, com uma participação entre 5% e 10%, ficando em terceiro lugar.

Placa com o logo da Microsoft
Microsoft teria usado sua dominância no mercado de softwares para atrapalhar a concorrência (Imagem: Tada Images / Shutterstock)

Órgão recomendou mudança de classificação das empresas

A CMA recomendou que o Reino Unido revise a designação das empresas e considere colocá-las na categoria de “status de mercado estratégico”, o que daria mais poder de intervenção em casos de práticas consideradas anticompetitivas.

No entanto, o órgão não deve abrir novas investigações até o ano que vem, o que deve adiar uma possível conclusão deste caso.

computação em nuvem cloud computing
Amazon e Microsoft são as duas maiores no setor de computação em nuvem, com uma diferença enorme em relação ao Google, em terceiro lugar (Imagem: LookerStudio/Shutterstock)

O que dizem Microsoft e Amazon?

  • Um porta-voz da Microsoft disse, em e-mail enviado à CNBC, que o órgão regulador errou o alvo novamente, “ignorando que o mercado de nuvem nunca foi tão dinâmico e competitivo, com investimentos recordes e mudanças rápidas impulsionadas pela IA”;
  • Além disso, a big tech chama atenção para o fato de o Google ter ficado de fora das recomendações da CMA;
  • A Amazon também contestou as conclusões dos órgãos e as chamou de “injustificadas”;
  • O porta-voz ainda afirmou que “isso corre o risco de tornar o Reino Unido um caso isolado globalmente em um momento em que as empresas precisam de previsibilidade regulatória” para manter a competitividade internacional.

O Google, que não foi apontado por práticas anticompetitivas no mercado em nuvem, elogiou a investigação, chamando-a de um “momento decisivo” para o Reino Unido.

opera microsoft
Opera também acusou a big tech de abusar de sua dominância (Imagem: ShU studio / Shutterstock.com | Edição: Olhar Digital)

Práticas anticompetitivas também são um problema no Brasil

Como falamos anteriormente, a Microsoft é acusada no Reino Unido de usar sua dominância no mercado de softwares empresariais para “prender” clientes aos seus serviços.

Um caso parecido vem acontecendo no Brasil: a desenvolvedora norueguesa Opera apresentou uma representação formal ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) contra a big tech. A petição alega que práticas adotadas no sistema operacional Windows estariam comprometendo a liberdade de escolha dos consumidores brasileiros e sufocando a concorrência no mercado de navegadores para PC.

Segundo a empresa, que está em terceiro lugar entre os navegadores mais populares em desktops no Brasil, a Microsoft estaria usando sua posição dominante para favorecer o Edge, seu próprio navegador, em detrimento de alternativas como o Opera e outros concorrentes. A companhia sustenta que a big tech adota programas de incentivo “tudo ou nada”, exigindo que fabricantes de PCs pré-instalem apenas o Edge como navegador padrão.

Saiba mais sobre este caso aqui.


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Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.