Solução para energia limpa pode estar nas profundezas da Terra

Tecnologia criada no MIT após dez anos de estudos utiliza ondas milimétricas para acessar rochas superaquecidas a 400°C
Por Bruna Barone, editado por Bruno Capozzi 31/07/2025 07h28
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Empresa anunciou a perfuração bem-sucedida a uma profundidade de 100 metros usando a tecnologia no centro do Texas (Imagem: Quaise Energy/Divulgação)
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Uma tecnologia criada no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, em 2007, pode trazer um grande alívio para centros de dados e outros serviços de IA que dependem de grande quantidade de energia para funcionar.

O sistema de perfuração por ondas milimétricas permite o acesso a rochas superaquecidas — em torno de 400°C — normalmente encontradas nas profundezas do subsolo terrestre. E virou expertise da Quaise Energy, desenvolvedora líder de energia geotérmica superquente em escala de rede.

Recentemente, a empresa anunciou a perfuração bem-sucedida a uma profundidade de 100 metros usando a tecnologia no centro do Texas. Os trabalhos vêm sendo feitos em parceria com a empresa de petróleo e gás Nabors Industries, que financia o projeto.

Antes de 2025, o método só havia sido testado em laboratório, com furos de apenas alguns centímetros de profundidade (Imagem: Quaise Energy/Divulgação)

A companhia também recebeu aportes da Prelude Ventures, Engine Ventures, Safar Partners, Mitsubishi e Collab Fund, captando um total de US$ 103 milhões, segundo a CNBC

Como funciona?

O sistema utiliza um potente girotron para remover rochas pela primeira vez sem a necessidade de equipamentos de perfuração — uma alternativa às brocas convencionais, que têm dificuldade com rochas duras e quentes, como granito e basalto.

Antes de 2025, o método só havia sido testado em laboratório, com furos de apenas alguns centímetros de profundidade. A empresa planeja concluir uma usina piloto no oeste dos EUA já em 2028. O acesso a rochas mais quentes em áreas mais profundas do subsolo vai permitir uma geração de energia mais eficiente do que as usinas geotérmicas tradicionais. 

Trabalhos vêm sendo feitos em parceria com a empresa de petróleo e gás Nabors Industries (Imagem: Quaise Energy/Divulgação)

“A Terra possui um enorme reservatório de energia limpa — energia que pode mudar fundamentalmente a forma como abastecemos o nosso mundo, se conseguirmos alcançá-la”, disse Carlos Araque, CEO e Presidente da Quaise Energy.

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Pauta do futuro

A agenda de energia geotérmica vem ganhando apoio de autoridades, incluindo do Secretário do Departamento de Energia dos EUA, Chris Wright, como observa a CNBC. 

Empresa planeja concluir uma usina piloto no oeste dos EUA já em 2028 (Imagem: Quaise Energy/Divulgação)

Em março, durante um evento do setor em Washington, D.C, ele afirmou que a tecnologia pode se tornar uma grande aliada para o crescimento da inteligência artificial e da manufatura, além de reduzir os preços da eletricidade.

Recentemente, o governo americano manteve o financiamento para a energia geotérmica como parte do Emergência Energética Nacional, que também prioriza o desenvolvimento de energia nuclear e hidrelétrica no país.

Bruna Barone
Colaboração para o Olhar Digital

Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.