Grok Imagine: IA de Musk produziu nudes falsos de Taylor Swift

Ao ativar modo “Spicy” do Grok Imagine, os usuários podem usar a IA para criar imagens que envolvam nudez e sexualização
Por Pedro Spadoni, editado por Bruno Capozzi 05/08/2025 09h37, atualizada em 06/08/2025 16h30
Montagem com imagens de mulheres geradas pela IA de Musk no modo safado
(Imagem: Reprodução/Redes sociais)
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O Grok Imagine – inteligência artificial (IA) da xAI que gera imagens e vídeos – agora tem o modo “Spicy” (“safado”, em tradução livre). Ao ativá-lo, o usuário pode usar a IA para criar imagens que envolvam nudez e sexualização.

A plataforma tem a funcionalidade “texto para imagem”, na qual o usuário escreve comandos (prompts) para a IA. E a funcionalidade “imagem para vídeo”, que gera trechos curtos com efeitos sonoros.

O Grok Imagine está disponível para assinantes SuperGrok e Premium Plus X (este disponível no Brasil por R$ 199 por mês) no aplicativo para iPhone.

A ferramenta também começou a ser disponibilizada no aplicativo do Grok para Android. Mas usuários relatam que, por enquanto, ele só gera imagens. Isto é, ainda não conta com o recurso de vídeo.

Como os novos modos (o “Spicy”, inclusive) do Grok Imagine funcionam

O Grok Imagine não gera vídeos diretamente a partir de descrições em texto. Os usuários precisam selecionar uma imagem da galeria ou gerar algo no Grok para que a ferramenta possa transformar em vídeo.

grok
Por meio da funcionalidade “texto para imagem”, os usuários podem explorar diversos estilos no Grok Imagine, da xAI (Imagem: JRdes/Shutterstock)

Por meio da funcionalidade “texto para imagem”, os usuários podem explorar diversos estilos – por exemplo: fotorrealismo, anime e ilustrações.

O recurso também conta com um modo de voz. Como o nome sugere, ele permite que os comandos sejam ditos em vez de digitados. É uma funcionalidade com o qual crianças vão adorar interagir, segundo Musk.

Já a geração de vídeos se baseia na imagem enviada pelo usuário. E há quatro modos que determinam como ela será animada: Custom, Normal, Fun e Spicy (em tradução livre: customizado, normal, divertido e safado).

Experimentos

Musk descreve o Grok Imagine como uma espécie de “Vine com IA”, plataforma de vídeos que ele já demonstrou interesse em ressuscitar.

Usuários do X publicaram seus experimentos com os novos modos do Grok Imagine, claro. As imagens geradas no “Spicy” traziam mulheres fotorrealistas exibindo os seios e genitais, além de personagens de anime vestindo biquíni dançando sensualmente diante de foguetes da SpaceX.

Confira abaixo alguns exemplos pinçados pelo Olhar Digital no X:

Segundo Musk, mais de 34 milhões de imagens tinham sido geradas por meio da IA até segunda-feira (04).

O modo “safado” contrasta com ferramentas rivais de geração de vídeo por IA, como o Veo do Google e o Sora da OpenAI. Esses tentam bloquear a criação de qualquer conteúdo considerado indecente.

Ainda não se sabe quais restrições de conteúdo estão em vigor no Grok Imagine – se é que existem. Mas as barreiras anteriores nas ferramentas de geração de imagens do Grok têm sido fáceis de contornar, observou o site The Verge. Leia mais a seguir.

Valentine

A xAI também lançou mais um companheiro de IA, o Valentine. É um “namorado” com estilo emo e anime, inspirado por Elon Musk em personagens melancólicos e sedutores como Edward Cullen e Christian Grey.

Assim como a companheira “waifu” Ani, o acesso ao Valentine requer uma assinatura SuperGrok.

Saiba mais sobre os companheiros de IA da xAI nesta matéria do Olhar Digital.

Os nudes falsos de Taylor Swift

A IA gerou imagens falsas em que a cantora Taylor Swift aparece com os seios à mostra. Os nudes foram produzidos em testes feitos pelo site The Verge. Uma jornalista do portal usou o Grok Imagine para desenvolver imagens a partir de comandos de textos.

O prompt usado pela repórter foi: “Taylor Swift festejando no Coachella com os meninos”.

Segundo ela, ao abrir uma foto em que a artista aparecia com uma saia prateada e pedir que o Grok gerasse um vídeo na função Spicy, surgiu o resultado: um vídeo em que a cantora aparecia tirando as roupas e dançando em frente a uma multidão.

A partir daí, tudo o que precisei fazer foi abrir uma foto da Swift usando uma saia prateada e um top frente única, tocar na opção “criar vídeo” no canto inferior direito, selecionar “picante” no menu suspenso e confirmar meu ano de nascimento (algo que não me foi solicitado ao baixar o aplicativo, apesar de eu morar no Reino Unido, onde a internet agora está passando por restrições de idade). O vídeo logo mostrou Swift arrancando as roupas e começando a dançar de fio-dental para uma plateia gerada por IA, em grande parte indiferente.

The Verge
Novo modo do Grok gerou imagem falsa de Taylor Swift nua. Imagem: Brian Friedman – Shutterstock

Em outro trecho, o portal aponta o seguinte:

A semelhança com Swift não era perfeita, já que a maioria das imagens geradas pelo Grok tinha aquele aspecto estranho típico do vale da estranheza, mas ainda assim era possível reconhecê-la. O gerador de imagens a partir de texto não produzia nudez total ou parcial sob pedido; ao solicitar fotos nuas de Swift ou de pessoas em geral, o resultado eram quadrados em branco. O modo pré-definido “picante” também não garante nudez — algumas das outras imagens que testei da “Swift da IA em Coachella” mostravam ela se balançando de forma sensual ou sugerindo tirar a roupa, por exemplo. Mas várias acabavam automaticamente com a maior parte das roupas sendo arrancadas.

O gerador de imagens também cria fotos fotorrealistas de crianças sob pedido, mas felizmente se recusa a animá-las de forma inapropriada, mesmo com a opção “picante” ainda disponível. É possível selecioná-la, mas, em todos os meus testes, isso apenas adicionou movimentos genéricos.

The Verge

Como lembra a reportagem, a política de uso da xAI proíbe “representar semelhanças de pessoas de forma pornográfica”, mas o Grok Imagine aparentemente não impede que usuários criem imagens de celebridades, ao mesmo tempo em que oferece um serviço especificamente voltado para a criação de vídeos sugestivos, incluindo nudez parcial.

Pedro Spadoni
Redator(a)

Pedro Spadoni é jornalista formado pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep). Já escreveu para sites, revistas e até um jornal. No Olhar Digital, escreve sobre (quase) tudo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.