Cientistas teriam encontrado novo mineral em Marte

Estrutura cristalina única e estabilidade térmica apontam para uma descoberta inédita — e para um planeta ainda ativo
Leandro Costa Criscuolo08/08/2025 13h34
rocha-marte-1920x1080
Imagem: Artsiom P/Shutterstock
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Cientistas detectaram em Marte camadas incomuns de sulfatos de ferro que podem indicar a presença de um mineral até então desconhecido.

A descoberta foi liderada por Janice Bishop, do Instituto SETI e do Centro de Pesquisa Ames da NASA, que analisou dados coletados por sondas orbitais em áreas próximas ao vasto sistema de cânions Valles Marineris, ao planalto sobre o Juventae Chasma e à cratera de impacto Aram Chaos.

marte
Descoberta sugere que calor, água e reações químicas moldaram a superfície do planeta mais recentemente do que se pensava – Imagem: Lubo Ivanko/Shutterstock

Leia mais:

Assinatura incomum

Essas regiões apresentavam uma assinatura espectral incomum, compatível com hidroxissulfato férrico. Intrigada, a equipe buscou compreender como esse composto poderia se formar e levou a investigação para o laboratório

Segundo Johannes Meusburger, também da NASA Ames, os experimentos mostraram que o hidroxissulfato férrico só surge quando sulfatos ferrosos hidratados são aquecidos na presença de oxigênio.

Representação artística da superfície de Marte
Composto pode oferecer novas pistas sobre a evolução do planeta vermelho e seu potencial para sustentar vida (Imagem: Artsiom P/Shutterstock)

Testes mostraram composto inédito

  • Os testes resultaram em um material com estrutura cristalina e estabilidade térmica únicas, sugerindo tratar-se de um mineral inédito.
  • No entanto, para que ele seja oficialmente reconhecido, é necessário que seja encontrado também na Terra.
  • Bishop afirma que entender o processo de formação desse mineral pode oferecer pistas valiosas sobre o papel do calor, da água e das reações químicas na modelagem da superfície marciana.
  • As conclusões indicam que partes de Marte permaneceram quimicamente e termicamente ativas mais recentemente do que os cientistas imaginavam, fornecendo novos indícios sobre a dinâmica do planeta e seu potencial para sustentar vida.

O trabalho foi publicado em 5 de agosto na revista Nature Communications.

Marte
Novo mineral marciano pode reescrever história geológica de Marte – Imagem: Artsiom P/Shutterstock
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Ícone tagsTags: