Siga o Olhar Digital no Google Discover
Ao longo da última década, uma doença degenerativa matou bilhões de estrelas-do-mar de pelo menos 20 espécies. Uma das mais afetadas foi a estrela-do-mar-girassol: 90% foram exterminadas na costa dos EUA, colocando-a na Lista Vermelha de espécies criticamente ameaçadas de extinção da União Internacional para a Conservação da Natureza.
Ofertas
Por: R$ 2.288,93
Por: R$ 8,28
Por: R$ 1.998,89
Por: R$ 2.498,89
Por: R$ 491,92
Por: R$ 129,90
Por: R$ 412,69
Por: R$ 593,00
Por: R$ 3.598,94
Por: R$ 499,00
Por: R$ 369,00
Por: R$ 1.616,02
Por: R$ 179,90
Por: R$ 2.759,00
Por: R$ 199,00
Por: R$ 166,19
Por: R$ 399,00
Por: R$ 132,00
Por: R$ 505,00
Agora, uma pesquisa internacional finalmente revelou a causa por trás das mortes em proporções epidêmicas: uma cepa da bactéria Vibrio pectenicida, que devasta corais e mariscos, podendo afetar humanos (a cólera é causada pela Vibrio cholerae, por exemplo).
“Esta é a descoberta da década para mim”, disse a coautora Drew Harvell, professoara afiliada da Universidade de Washington. “Estudamos tanto a causa quanto os impactos desta doença durante toda a epidemia. O mais incrível é que a resposta estava ali, bem na nossa frente. Este Vibrio é uma criatura sorrateira porque não aparece na histologia como outras bactérias.”

Em busca do culpado
Ao longo de quatro anos, os cientistas exploraram diversos patógenos possíveis, incluindo vírus. O rumo da pesquisa mudou no momento em que passaram a focar nos altos níveis de V. pectenicida no “sangue” ou fluido celômico de estrelas-do-mar doentes.
“Quando observamos o fluido celômico entre estrelas-do-mar expostas e saudáveis, havia basicamente uma coisa diferente: Vibrio”, disse a autora sênior Alyssa Gehman, ecologista de doenças marinhas do Instituto Hakai e da Universidade da Colúmbia Britânica. “Todos nós sentimos calafrios. Pensamos: ‘É isso. Nós temos isso. É isso que causa a definhamento.’”
A prova final se deu após a criação de culturas puras de V. pectenicida a partir do fluido celômico de estrelas-do-mar doentes. O patógeno foi injetado em estrelas-do-mar saudáveis, que desenvolveram sintomas da doença degenerativa causada pela cepa FHCF-3.

Leia Mais:
- Patrick, é você? Estrela-do-mar com ‘bumbum’ é encontrada no fundo do mar
- “Controle mental” une estrelas-do-mar devoradoras de corais, diz estudo
- Novo microscópio capta imagens incríveis de corais e vida marinha
Recuperando ecossistemas
A perda de bilhões de estrelas-do-mar alterou a dinâmica ecológica de ecossistemas costeiros, já que algumas espécies sustentam as florestas de algas marinhas ao se alimentar de ouriços-do-mar que também as comem.
“Na ausência de estrelas-do-mar-girassol, as populações de ouriços-do-mar aumentam, o que significa a perda de florestas de algas marinhas, e isso tem amplas implicações para todas as outras espécies marinhas e humanos que dependem delas. Portanto, a perda de uma estrela-do-mar vai muito além da perda dessa única espécie”, disse a autora principal Melanie Prentice , ecologista evolucionista do Instituto Hakai.

Agora, os pesquisadores vão investigar potenciais características da resiliência da doença e também apurar a ligação do patógeno com o aumento da temperatura dos oceanos (os efeitos foram piores em águas mais quentes). A descoberta também pode ajudar nos esforços de recuperação de ambientes afetados pela presença da bactéria.