China inaugura o primeiro “shopping de robôs” do mundo

País asiático se coloca como fabricante líder e busca normalizar a interação entre humanos e humanoides na vida diária
Por Bruna Barone, editado por Bruno Capozzi 11/08/2025 07h53
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Formato da nova loja cria uma experiência de “playground de tecnologia” (Imagem: Zapp2Photo/Shutterstock)
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Um prédio de quatro andares no bairro E-Town, em Pequim, na China, é a sede do primeiro “shopping de robôs” do mundo. A loja foi inspirada no modelo 4S usado em concessionárias de veículos, com peças de reposição e diversos serviços oferecidos por duzentas marcas, incluindo as chinesas Unitree Robotics e UBTech Robotics, segundo a Reuters.

A ideia do “Robot Mall” é aproximar o público geral do mundo da robótica. Pequenos robôs podem ser encontrados por 2.000 yuans (R$ 1,5 mil pela cotação atual), por exemplo. Há também cães robóticos, robôs jogadores de xadrez e máquinas dançantes à disposição.

Um dos grandes destaques é o humanoide do cientista Albert Einstein em tamanho real, vendido por 670.000 yuans (R$ 507 mil). Outras figuras históricas incluem o imperador Qin Shi Huang, o físico Isaac Newton e o renomado poeta chinês Li Bai.

Marcas oferecem robôs que ajudam em tarefas cotidianas (Imagem: Shutterstock AI Generator)

Robôs para a vida

As marcas também vão levar opções de robôs que ajudam no dia-a-dia (ou simplesmente fazem companhia), como aqueles que cozinham, fazem café, distribuem medicamentos, pintam e jogam basquete, por exemplo.

No “Robot Mall”, os visitantes podem acessar uma área de entretenimento para assistir esportes robóticos, incluindo futebol e eventos de atletismo. Vale lembrar que a China foi o primeiro país do mundo a criar torneios esportivos para robôs, como a World Robot Soccer League, relatada pelo Olhar Digital.

O formato da nova loja cria uma experiência de “playground de tecnologia”, bem longe do showroom tradicional: aqui, o público é encorajado a interagir com os produtos. No restaurante do shopping, aliás, garçons robôs servem pratos preparados por… chefs robóticos.

Robôs do grupo Softbank auxiliam clientes em shopping no Japão (Imagem: Ned Snowman/Shutterstock)

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O poder da China

Com esse projeto, a China tira o foco de novidades futuristas e busca normalizar a interação entre humanos e robôs na vida diária, segundo a reportagem. É uma estratégia que posiciona o país não só como fabricante líder, mas também na integração com estilos de vida.

E isso vem com apoio financeiro. No ano passado, o governo chinês liberou mais de US$ 20 bilhões (R$ 108 bilhões) em subsídios para ajudar startups de inteligência artificial e robótica — e planeja ampliar o fundo para US$ 137 bilhões (R$ 744 bilhões).

China quer normalizar a interação de humanos com robôs (Imagem: kynny/iStock)

O shopping foi inaugurado na mesma semana em que é realizada a Conferência Mundial de Robôs de 2025, precedendo também os primeiros Jogos Mundiais de Robôs Humanoides, marcados para o período entre 14 e 17 de agosto.

Bruna Barone
Colaboração para o Olhar Digital

Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.