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Em dias de calor extremo, não tem jeito. A única forma de aliviar aquela horrível sensação de abafamento é ligar o ar-condicionado. O dispositivo é capaz de manter a temperatura agradável e ainda controla a umidade.
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Mas você provavelmente deve conhecer alguém que evitar usar estes aparelhos mesmo em dias muito quentes. A explicação destas pessoas normalmente tem a ver com a saúde. A pergunta que fica é: será que usar o ar-condicionado realmente pode nos deixar doentes?
Fonte potencial de infecções transmitidas pelo ar
- Se um sistema de ar-condicionado apresentar mau funcionamento ou não for mantido adequadamente, ele pode ser contaminado com micróbios infecciosos.
- Isso pode transformar o aparelho em uma fonte potencial de inúmeras infecções transmitidas pelo ar, desde o resfriado comum até a pneumonia.
- Além disso, pessoas que passam longos períodos de tempo em ambientes climatizados podem desenvolver sintomas como dores de cabeça, tonturas, nariz congestionado ou escorrendo, tosse ou chiado persistente, irritação ou erupções cutâneas, dificuldade de concentração no trabalho e cansaço.
- Essa condição costuma ser mais comum em indivíduos que trabalham em escritórios, mas também pode acontecer dentro das nossas casas.
- Os problemas tendem a desaparecer quando saímos destes ambientes ou simplesmente desligamos o ar-condicionado.
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Realizar manutenções nos aparelhos é fundamental
Em artigo publicado no portal The Conversation, a professora Primrose Freestone, da Universidade de Leicester, na Inglaterra, explica que o uso excessivo dos aparelhos ainda pode gerar consequências mais sérias. Segundo ela, sistemas de ar-condicionado mal conservados podem abrigar patógenos bacterianos que podem causar infecções graves.
Legionella pneumophila é a bactéria que causa a doença do legionário – uma infecção pulmonar contraída pela inalação de gotículas de água contendo essas bactérias. Eles tendem a crescer em ambientes ricos em água, como banheiras de hidromassagem ou sistemas de ar-condicionado. Os sintomas são semelhantes aos da pneumonia, causando tosse, falta de ar, desconforto no peito, febre e sintomas gerais semelhantes aos da gripe. As infecções por Legionella podem ser fatais e muitas vezes requerem hospitalização. A recuperação pode levar várias semanas.
Primrose Freestone, professora da Universidade de Leicester
O acúmulo de poeira e umidade dentro dos aparelhos também pode criar as condições certas para o crescimento de outros micróbios infecciosos. É o caso de fungos como Aspergillus, Penicillium, Cladosporium e Rhizopusspecies.
Essas infecções fúngicas podem ser graves em pacientes vulneráveis, como aqueles que são imunocomprometidos, fizeram um transplante de órgão ou estão em diálise – bem como bebês que nasceram prematuros. Por exemplo, o Aspergillus causa pneumonia, abscessos nos pulmões, cérebro, fígado, baço, rins e pele, e também pode infectar queimaduras e feridas. Os sintomas das infecções fúngicas são principalmente respiratórios e incluem chiado ou tosse persistente, febre, falta de ar, cansaço e perda inexplicável de peso.
Primrose Freestone, professora da Universidade de Leicester
Passar longos períodos de tempo em ambientes de baixa umidade também pode ressecar as membranas mucosas do nariz e da garganta. Isso pode afetar a capacidade do nosso organismo de bloquear a passagem, deixando o nosso corpo mais vulnerável ao desenvolvimento de uma infecção. Apesar dos riscos, a especialista destaca que o ar-condicionado pode ajudar a impedir a propagação de vírus transportados pelo ar. Para isso, é necessário manter o aparelho em boas condições, realizando manutenções regulares.
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