China orienta órgãos locais a evitar chips da Nvidia

Orientação afeta também processadores AMD e fortalece fabricantes nacionais, em meio a disputas tecnológicas com os EUA
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Layse Ventura 12/08/2025 19h30, atualizada em 01/09/2025 19h54
nvidia china
(Imagem: Algi Febri Sugita/Shutterstock)
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O governo chinês tem orientado empresas estatais e privadas a evitarem os processadores H20 da Nvidia, especialmente em aplicações ligadas à administração pública e segurança nacional, conforme informa a Bloomberg.

A medida, que não representa uma proibição formal, surge semanas após Washington autorizar novamente a venda de chips de IA de baixo custo para a China, sob a condição de que Nvidia e AMD repassem 15% da receita dessas vendas ao governo americano.

Apesar do desempenho competitivo do H20 em tarefas de IA, Pequim busca fortalecer fabricantes nacionais e reduzir a dependência de semicondutores ocidentais, beneficiando empresas como a Cambricon, cujas ações dispararam com a notícia. A pressão também atinge os chips AMD MI308.

Ilustração digital de chip da Nvidia
Pequim age para limitar chips da Nvidia e impulsionar produção doméstica (Imagem: Nor Gal/Shutterstock)

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Pressão vinda de Pequim

  • As autoridades chinesas levantam preocupações sobre possíveis vulnerabilidades e rastreamento nos processadores, alegações negadas pela Nvidia.
  • Paralelamente, relatórios apontam que parte das empresas chinesas já planeja reduzir pedidos desses chips.
  • Ainda assim, especialistas acreditam que a demanda continuará forte devido à qualidade superior frente a alternativas locais, especialmente para empresas como Alibaba e Tencent.
Fachada da Nvidia em Santa Clara, Califórnia (EUA)
Empresas estatais e privadas chinesas recebem alerta para priorizar alternativas nacionais (Imagem: Tada Images/Shutterstock)

Tensões entre China e EUA seguem

A postura de Pequim expõe tensões na recente reviravolta do governo Trump, que havia restringido a exportação desses chips e agora a liberou em meio a negociações comerciais – possivelmente atreladas ao fornecimento de minerais raros pela China.

Enquanto alguns veem a medida como forma de manter a dependência tecnológica chinesa em produtos americanos menos avançados, críticos alertam que isso pode acelerar o avanço do poder tecnológico chinês.

Bandeiras de China e Estados Unidos lado a lado
Medida coincide com retomada parcial das exportações dos EUA e pode acelerar corrida por independência tecnológica (Imagem: Dilok Klaisataporn/Shutterstock)
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.