O desafio do Brasil para eliminar substância tóxica presente na indústria

A bifenila policlorada (PCB) é usada como isolante elétrico no Brasil, mas pode causar doenças como câncer
Alessandro Di Lorenzo16/08/2025 04h40
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Imagem: sweet_tomato/Shutterstock
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A bifenila policlorada (PCB), também chamada de ascarel, é usada como isolante elétrico pela indústria brasileira há anos. Trata-se de um líquido oleoso capaz de absorver calor e matar bactérias, o que é perfeito para a fabricação de equipamentos como transmissores de energia.

O problema é que esta substância é considerada tóxica, representando uma ameaça tanto para a saúde humana quanto ao meio ambiente. Por conta disso, as autoridades brasileiras agora querem eliminar o produto.

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Substância é usada como isolante elétrico (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Intoxicação pode causar graves problemas de saúde

  • Nesta semana, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) anunciou um investimento de R$ 30 milhões para evitar intoxicações.
  • O objetivo é usar a quantia para o financiar o serviço de empresas licenciadas para tratar e destinar adequadamente o ascarel.
  • As bifenilas policloradas são produtos químicos muito tóxicos, recebendo a categoria de Poluente Orgânico Persistente (POP).
  • A Convenção de Estocolmo de 2001 baniu mundialmente o uso da substância.
  • A intoxicação pode causar doenças como câncer, problemas neurológicos, distúrbios hormonais e até má-formação fetal.

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Intoxicação pode causar câncer (Imagem: Ebrahim Lotfi/Shutterstock)

Estima-se que 500 mil toneladas de material estejam contaminadas em todo o Brasil

A legislação brasileira estabelece prazos e obrigações para a eliminação de PCB da indústria e do meio ambiente. A maior dificuldade, no entanto, é a destinação dos equipamentos contaminados, que podem, ainda, estar presentes em empresas e instituições do setor elétrico, indústria, comércio e até mesmo repartições públicas.

Empresas e instituições que identifiquem o ascarel em equipamentos devem contatar diretamente as empresas destinadoras de PCB licenciadas, preparando a documentação necessária. Serão pagos de R$ 1,2 mil a R$ 3,2 mil por tonelada de material contaminado conforme a região de tratamento e coleta dos equipamentos.

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Substância pode contaminar a água (Imagem: Phil Silverman/Shutterstock)

Segundo relatório de detentores do Inventário Nacional de PCB, existem atualmente 500 mil toneladas de material contaminado. O prazo para eliminar a substância adequadamente é 2028. As informações são da Agência Brasil.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.