Diabetes: paciente volta a produzir insulina após transplante experimental

Pesquisadores do Hospital Universitário de Uppsala, na Suécia, realizaram o 1º transplante experimental de células do pâncreas
Alessandro Di Lorenzo18/08/2025 16h11
Médicos cirurgiões durante uma cirurgia passando instrumentos com uma luz vinda de cima
É possível mudar de personalidade após um transplante de órgãos? (Imagem: Inside Creative House/Shutterstock)
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

O resultado de um transplante experimental de células do pâncreas realizado no Hospital Universitário de Uppsala, na Suécia, gera esperança em pacientes com diabetes tipo 1. Após o procedimento, um paciente voltou a produzir insulina.

Segundo os pesquisadores, células de ilhotas de doadores editadas geneticamente sobreviveram 12 semanas dentro do homem. Tudo isso sem a necessidade de uso de qualquer medicamento imunossupressor.

imagem mostra um frasco de insulina e várias agulhas de insulina
Procedimento pode retomar a capacidade do corpo de produzir insulina (Imagem: Mykenzie Johnson/Unsplash)

Técnica de edição gênica foi utilizada no trabalho

De acordo com os cientistas, as células de ilhotas são aglomerados de células encontradas no pâncreas responsáveis pela produção de hormônios que regulam os níveis de glicose no sangue. Elas são essenciais para o controle do açúcar no sangue e a manutenção da homeostase metabólica.

No novo trabalho, os pesquisadores conduziram o primeiro ensaio clínico aberto em humanos para testar se células de ilhotas hipoimunes modificadas poderiam evitar a rejeição. Para isso, usaram a técnica CRISPR-Cas12b de edição genética para alterar ilhotas de um pâncreas de doador falecido com compatibilidade.

Resultado do transplante foi um sucesso (Imagem: Dan Race/Shutterstock)

Em seguida, essas células foram injetadas no paciente, um homem solteiro de 42 anos com histórico de diabetes tipo 1 há 37 anos, sob anestesia geral. Não foram administrados glicocorticoides, anti-inflamatórios ou imunossupressores. As informações são de O Globo.

Leia mais

Transplante é visto como uma nova esperança para pacientes com diabetes (Imagem: Syda Productions/Shutterstock)

Transplante teve resultados promissores

  • Apenas quatro eventos adversos leves foram registrados durante o experimento, mas nenhum foi considerado relacionado ao transplante.
  • Os pesquisadores concluíram que a edição genética hipoimune pode, eventualmente, levar à substituição curativa de células beta para diabetes tipo 1 sem imunossupressão sistêmica.
  • Isso poderia facilitar o manejo diário e reduzir complicações a longo prazo para milhões de pessoas.
  • Lembrando que o diabetes tipo 1 de início precoce é associado à redução da qualidade de vida, risco cardiovascular grave e redução da expectativa de vida.
  • A toxicidade da imunossupressão ao longo da vida também contribui para a morbidade e mortalidade em receptores de órgãos.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.