Nova lua desconhecida é encontrada em Urano com o James Webb

Astrônomos identificam uma nova lua em Urano com o Telescópio James Webb, ampliando o conhecimento sobre o sistema de anéis e satélites do planeta
Lucas Soares19/08/2025 18h23
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Imagem: ManuMata/Shutterstock
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Cientistas identificaram uma nova lua em Urano, usando o Telescópio Espacial James Webb (JWST). O pequeno corpo celeste, chamado provisoriamente de S/2025 U1, mede cerca de 10 quilômetros de diâmetro e não havia sido visto pela sonda Voyager 2, que passou pelo planeta em 1986, nem por outros telescópios desde então.

A equipe responsável, ligada ao Southwest Research Institute (SwRI), fez dez exposições de 40 minutos com a câmera de infravermelho próximo do Webb para confirmar a presença da lua. Com isso, Urano passa a ter 29 luas conhecidas.

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Esta imagem, obtida com a NIRCam (Câmera de Infravermelho Próximo) do Telescópio Espacial James Webb, mostra uma lua recém-descoberta de Urano, designada S/2025 U1 (Crédito da imagem: NASA, ESA, CSA, STScI, M. El Moutamid (SwRI), M. Hedman (Universidade de Idaho)

Como foi feita a descoberta da nova lua de Urano?

“Este objeto foi avistado em uma série de 10 imagens de longa exposição de 40 minutos capturadas pela Câmera de Infravermelho Próximo (NIRCam)”, disse Maryame El Moutamid, cientista-chefe da Divisão de Ciência e Exploração do Sistema Solar do SwRI, sediada em Boulder, Colorado, para a NASA. “É uma lua pequena, mas uma descoberta significativa, algo que nem mesmo a sonda espacial Voyager 2 da NASA conseguiu observar durante seu sobrevoo há quase 40 anos.”

S/2025 U1 orbita a 56 mil quilômetros do centro de Urano, em trajetória quase circular. A lua faz parte do grupo de satélites internos, que compartilham espaço com os 13 anéis do planeta. Pesquisadores destacam que esses corpos menores interagem com os anéis, ajudando a manter sua forma e sugerindo uma dinâmica ainda pouco compreendida.

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“Nenhum outro planeta tem tantas luas internas pequenas quanto Urano, e suas complexas inter-relações com os anéis sugerem uma história caótica que confunde a fronteira entre um sistema de anéis e um sistema de luas”, disse Matthew Tiscareno, do Instituto SETI em Mountain View, Califórnia, membro da equipe de pesquisa. “Além disso, a nova lua é menor e muito mais tênue do que a menor das luas internas conhecidas anteriormente, tornando provável que ainda mais complexidade ainda seja descoberta.

Do passado da Voyager ao presente do Webb

Quando a Voyager 2 sobrevoou Urano, em janeiro de 1986, apenas cinco luas eram conhecidas. Hoje, com a capacidade de observação do Webb, é possível ampliar esse inventário e detalhar o funcionamento do sistema de anéis e satélites.

Representação artística do Telescópio Espacial James Webb
Representação artística do Telescópio Espacial James Webb investigando o cosmos. Crédito: 24K-Production – Shutterstock

Apesar do tamanho reduzido, a nova lua tem relevância para a astronomia. Ela oferece pistas sobre a formação de Urano e a evolução de seu sistema de anéis. A União Astronômica Internacional (IAU) ainda dará um nome oficial ao satélite, seguindo a tradição de usar personagens das obras de Shakespeare.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.

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