Extinção da Amazônia pode começar ainda neste século

Estudo aponta que, sem esforços contra as mudanças climáticas, a Amazônia pode iniciar seu declínio irreversível já no século XXI
Por Flavia Correia, editado por Lucas Soares 20/08/2025 12h43, atualizada em 20/08/2025 21h32
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Maior floresta tropical do planeta, a Amazônia enfrenta um risco crescente de colapso ecológico. Um estudo publicado nesta quarta-feira (20) na revista Communications Earth & Environment aponta que ela pode começar a ser extinta já neste século, caso o desmatamento e o aquecimento global continuem avançando. 

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Isso significa que a floresta, que é essencial para o equilíbrio climático e abriga enorme biodiversidade, deve deixar de existir em sua forma atual.

Os pesquisadores avaliaram mudanças de longo prazo na floresta amazônica até o ano 2300 usando modelos de sistemas terrestres de última geração do Projeto de Intercomparação de Modelos Acoplados (CMIP5 e CMIP6), que informaram o Quinto e o Sexto Relatórios de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

As simulações mostraram que o risco de colapso é maior do que se imaginava, especialmente em cenários de altas emissões de gases de efeito estufa.

Vista da área desmatada na Floresta Amazônica perto de Manaus. Crédito: Cavan-Images – Shutterstock

Degradação da floresta vai impactar clima mundial

O fenômeno, chamado de “dieback”, descreve a perda severa da capacidade de fotossíntese em regiões altamente produtivas da Amazônia. Essa queda no funcionamento vital da floresta pode levar a uma transição para um ecossistema degradado, menos biodiverso e incapaz de armazenar tanto carbono. A mudança traria impactos profundos para o clima mundial.

Segundo os pesquisadores, as condições que favorecem esse colapso incluem aumento da temperatura do ar, redução das chuvas e conversão de áreas de floresta em pastagens e lavouras. Mesmo em cenários de aquecimento mais moderado, a partir de 1,5°C acima da média pré-industrial, a Amazônia já mostra sinais de fragilidade, indicando que a degradação não está restrita a cenários extremos.

Um dos pontos críticos identificados no estudo é que os modelos atuais ainda podem subestimar o risco. Isso acontece porque muitos não consideram de forma completa processos como incêndios florestais e morte de árvores causada por secas prolongadas, fatores que ampliam a vulnerabilidade da floresta e aceleram o ritmo das transformações.

Representação esquemática dos fatores e mecanismos responsáveis pela extinção da Amazônia. Crédito: NIES

A pesquisa também destaca os mecanismos climáticos globais que influenciam a região. O aquecimento contínuo enfraquece a Circulação Meridional do Atlântico (AMOC), um sistema de correntes oceânicas que regula o clima. Esse enfraquecimento desloca a chamada Zona de Convergência Intertropical, responsável por chuvas tropicais, para o sul. Como consequência, o norte da Amazônia pode enfrentar temperaturas mais altas e maior escassez de chuvas.

Outro fator agravante é o aumento do dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. Embora esse gás seja usado pelas plantas na fotossíntese, em excesso ele reduz a evapotranspiração, processo pelo qual as árvores liberam umidade no ar. Isso enfraquece o ciclo natural de reciclagem da água, diminuindo as chuvas e intensificando a seca na região.

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Amazônia está prestes a ultrapassar um ponto de não retorno

As projeções também apontam para eventos climáticos extremos mais frequentes, semelhantes aos do fenômeno El Niño. Essas condições aumentam o calor e a aridez em toda a bacia amazônica, ampliando o risco de incêndios e dificultando a regeneração da floresta. Pela primeira vez, um estudo conseguiu mostrar esse cenário de mortandade em diferentes modelos climáticos de longo prazo.

Representação artística elaborada com inteligência artificial mostra a Amazônia se transformando em uma savana seca. Crédito: Flavia Correia via ChatGPT/Olhar Digital

As mudanças desencadeiam um efeito em cadeia. Com menos chuvas e mais calor, a fotossíntese se torna menos eficiente, enquanto a respiração das plantas aumenta. Esse desequilíbrio reduz a capacidade da floresta de absorver carbono, enfraquecendo sua função como reguladora do clima. A falta de água e nutrientes também afeta a saúde das árvores e compromete sua regeneração.

Com o tempo, essas condições podem levar a Amazônia a ultrapassar um ponto de não retorno. Nesse estágio, a floresta não teria mais condições de sustentar uma vegetação densa e rica em biodiversidade. Se combinadas com a expansão agrícola e o desmatamento, essas transformações empurrariam a região para um colapso ecológico em larga escala, com grandes áreas se tornando semelhantes a uma savana.

Irina Melnikova, principal autora do estudo, reforça que os resultados são um alerta para a urgência de reduzir emissões e proteger a resiliência da Amazônia. Segundo ela, é necessário aprimorar os modelos climáticos para representar melhor processos ecológicos e, assim, antecipar riscos futuros. “A proteção da floresta depende de ações coordenadas entre países, que envolvam mitigação climática, conservação e uso sustentável da terra”.

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.