Nebulosa do Espirógrafo em detalhes (Imagem: NASA e a Equipe do Patrimônio Hubble (STScI/AURA)
Um estudo internacional permitiu, pela primeira vez, acompanhar a transformação de uma estrela moribunda ao longo de mais de um século. O objeto em questão é a Nebulosa Planetária IC418, conhecida como “espirógrafo”, formada por uma estrela que está perdendo suas camadas externas e criando padrões luminosos característicos.
“Muitas vezes ignoramos dados científicos obtidos no passado. Neste caso, esses registros revelaram a evolução mais rápida de uma estrela típica já observada diretamente. O passado mostra que os céus não são tão imutáveis quanto pensamos”, afirmou, em comunicado, o professor Albert Zijlstra, da Universidade de Manchester (EUA), que liderou a pesquisa.
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O processo de reunir 130 anos de medições não foi simples. As observações mais antigas eram feitas a olho nu e mesmo as modernas utilizaram diferentes telescópios. Cada dado precisou ser verificado, calibrado e combinado para que pudesse ser aproveitado. O esforço resultou em conclusões que não seriam possíveis sem uma série histórica tão extensa.
“Acreditamos que esta pesquisa é importante porque oferece evidências diretas e únicas de como evoluem as estrelas centrais de nebulosas planetárias. Isso nos levará a repensar alguns de nossos modelos atuais sobre os ciclos de vida estelar”, explicou o professor Quentin Parker, da Universidade de Hong Kong, coautor do estudo.
Ele acrescentou: “Foi um forte esforço conjunto – coletando, verificando e analisando, cuidadosamente, mais de um século de dados astronômicos e integrando-os a modelos de evolução estelar. É um processo desafiador que vai muito além da simples observação e somos gratos pela oportunidade de contribuir dessa forma com nossa área.”
O estudo foi publicado na revista The Astrophysical Journal Letters.
Esta post foi modificado pela última vez em 21 de agosto de 2025 00:46