Rússia lança camundongos, moscas e mais organismos ao espaço

A Roscosmos enviou um satélite com diversos seres vivos para realizar experimentos em órbita da Terra; missão deve durar um mês
Samuel Amaral22/08/2025 16h23
Ratos-que-entraram-no-satlite-1920x1080
A Roscosmos, agência espacial russa, enviou 75 camundongos e 1,5 mil moscas-das-frutas, entre outros organismos, para a órbita da Terra. Crédito: Roscosmos
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Na tarde da última quarta-feira (20), o biossatélite russo Bion-M nº 2 foi lançado do Cosmódromo de Baikonur, administrado pelo governo da Rússia, no Cazaquistão. A bordo de um foguete Souyuz, o equipamento decolou às 14h13 no horário de Brasília, 22h13 no horário local.

Dentro do satélite estão um conjunto de seres vivos: 75 camundongos, mil moscas-das-frutas, diversos micróbios e culturas celulares, além de sementes de plantas. Esses organismos passarão um mês em órbita da Terra em um trajeto que os levará sobre os polos, onde serão expostos a uma porcentagem 30% maior de radiação cósmica.

A Roscosmos, agência espacial russa, selecionou os roedores por sua proximidade genética com os humanos e pelos ciclos de vida curtos, que permitem observar de forma acelerada como alterações no DNA causadas pela exposição ao ambiente espacial podem se manifestar ao longo das gerações, segundo informou o site The Economic Times.

Esses animais serão monitorados em tempo real com câmeras especiais e sensores. Cada módulo com ratos contem sistemas de alimentação, iluminação, ventilação e descarte de dejetos.

Há também um compartimento especial com 16 tubos contendo rochas e sedimentos lunares simulados, que imitam os materiais encontrados nas altas latitudes da Lua.

Ao retornar ao solo, a capsula será recuperada e levada a um laboratório, onde pesquisadores analisarão as cargas para entender como os diferentes seres foram afetados pela microgravidade e pela radiação.

Organismos ficarão em uma capsula com câmeras e sensores durante seu trajeto de um mês.
Organismos ficarão em uma capsula com câmeras e sensores durante seu trajeto de um mês. (Imagem: Roscosmos)

Leia mais:

Missão ajudará a levar astronautas russos para a Lua

A Bion-M nº 2 é a segunda missão do projeto russo Bion-M, dedicado à pesquisa em medicina espacial. As missões originais foram concluídas em 1996 com a Bion 11, e o programa foi retomado em abril de 2013 com a Bion-M nº 1, que também levou diversos organismos ao espaço.

Esse experimento faz parte da preparação da Rússia para enviar humanos em missões distantes da Terra, principalmente à Lua. O país é parceiro da Estação Internacional de Pesquisa Lunar, uma iniciativa liderada pela China para estabelecer uma base lunar na década de 2030.

É esperado que a Bion-M nº 2 permaneça em órbita ao longo do próximo mês. Os dados coletados pelos experimentos a bordo devem ajudar a aprofundar a compreensão dos efeitos do ambiente espacial sobre as diferentes formas de vida terrestre.

Samuel Amaral
Redator(a)

Samuel Amaral é jornalista em formação pela Universidade de São Paulo (USP) e estagiário de Ciência e Espaço no Olhar Digital.