Lei de segurança infantil nos EUA deixa o Bluesky fora do ar

Projeto exige verificação de idade para todos os usuários com o objetivo de proteger menores de material nocivo online
Bruna Barone25/08/2025 07h49
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Penalidades por descumprimento chegam a US$ 10.000 (R$ 54 mil) por usuário (Imagem: davide bonaldo/Shutterstock)
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Usuários do Bluesky estão sem conseguir acessar a plataforma no estado do Mississippi, EUA. A medida foi tomada pela própria rede social em resposta à lei estadual que exige verificação de idade e consentimento dos pais para crianças e adolescentes

“Acreditamos que essa lei cria desafios que vão além de seus objetivos de segurança infantil e cria barreiras significativas que limitam a liberdade de expressão e prejudicam desproporcionalmente plataformas menores e tecnologias emergentes”, diz um post no blog da empresa.

Aprovado em abril pelo governador Tate Reeves (Partido Republicano), o projeto de lei foi criado com o objetivo de proteger menores de material nocivo online, exigindo o registro de idade e a implementação de prevenção de danos a menores. 

bluesky
Bloqueio permanecerá em vigor enquanto os tribunais decidirem se a lei será mantida (Imagem: Mino Surkala/Shutterstock)

Onde está o problema?

O Bluesky argumenta que a abordagem do Mississippi mudaria fundamentalmente a forma como os usuários acessam a rede social, bloqueando o login de todos (adolescentes e adultos) “a menos que entregassem informações confidenciais”. E a empresa sustenta que não tem os recursos necessários para modificar a estrutura da rede.

“Construir os sistemas de verificação necessários, fluxos de trabalho de consentimento parental e infraestrutura de conformidade exigiria recursos significativos que nossa pequena equipe atualmente não pode dispensar, pois investimos no desenvolvimento de ferramentas e recursos de segurança para nossa comunidade global, especialmente devido ao amplo escopo da lei e às implicações de privacidade.”

A lei entrou em vigor no início do mês após a Suprema Corte derrubar um pedido apresentado pela associação NetChoice, que tem Meta, YouTube e X como membros, alegando que os autores não haviam demonstrado suficientemente os supostos danos da proposta. 

Pessoa segurando iPhone com página do Bluesky na App Store aberta e, ao fundo, logomarca do X (antigo Twitter)
(Imagem: LanKS/Shutterstock)

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Tendência global?

A lei do Mississippi é considerada mais rígida do que a Lei de Segurança Online do Reino Unido por exigir a verificação de idade para todos os usuários, e não apenas crianças e adolescentes, além de um rastreamento interno para confirmar quem é, de fato, menor de idade. 

Além disso, a empresa deverá fornecer diversos canais para liberar o acesso de menores de idade por pais ou responsáveis, incluindo formulário online, ê-mail, número de telefone gratuito ou chamadas por videoconferência. As penalidades por descumprimento chegam a US$ 10.000 (R$ 54 mil) por usuário.

Em solo britânico, a nova legislação permite o uso de ferramentas de terceiros para verificação de idade, e aplica bloqueios apenas a mensagens diretas e conteúdo confidencial com potencial de causar danos. Lá, o Bluesky está em conformidade com as regras.

Criança com um smartphone na mão
Lei do Mississippi exige verificação para todos os usuários, e não apenas crianças e adolescentes (Imagem: audiznam260921/Shutterstock)

“A segurança infantil é uma prioridade fundamental e, neste cenário regulatório em constante evolução, continuamos comprometidos em construir um ecossistema social aberto que proteja os usuários, preservando a escolha e a inovação”, diz a publicação do Blueksy. O bloqueio permanecerá em vigor enquanto os tribunais decidirem se a lei será mantida.

Bruna Barone
Colaboração para o Olhar Digital

Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.