Está preso preventivamente o homem acusado de extorquir vítimas na internet desde 2016 usando um perfil falso para ameaçar divulgar conteúdos íntimos. O suspeito, detido em Itaquiraí, oferecia “proteção digital” em troca de dinheiro, segundo o Ministério Público de Mato Grosso do Sul.
De acordo com as investigações, ele criava perfis falsos nas redes sociais, simulava ameaças e se passava por “especialista em segurança digital”, oferecendo às vítimas serviços falsos de remoção de conteúdo na internet e “blindagem” contra ataques hackers.
A promotoria abriu uma segunda fase da operação Cyber Fake depois de coletar provas na etapa inicial, cumprida na última quinta-feira (20). O homem já tinha sido alvo de mandados de busca em maio — a análise técnica dos aparelhos coletados naquele momento baseiam o atual pedido de prisão.

Valores altos
Em um dos casos, uma vítima pagou R$ 16,8 mil por três serviços falsos: R$ 4,8 mil por um “pacote inicial de proteção”, R$ 750 por “proteção adicional” e R$ 13,8 mil pela suposta “exclusão definitiva” de imagens íntimas, segundo o MP.
Os investigadores também identificaram uma adolescente de 16 anos como um dos alvos do criminoso — a jovem precisou vender bens para pagar cerca de R$ 1 mil após sofrer as ameaças. Os casos estão sob segredo de Justiça para proteger a integridade das vítimas, que são majoritariamente mulheres.
Os golpes foram aplicados usando diferentes nomes de perfis, entre eles “Roni Godoi”, “thiagooo_coutinho” e “Wesley Lopes”. O esquema usou técnicas de ocultação de identidade e engenharia social, o que indica uma estrutura organizada por trás do golpe.

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Canal de denúncias
O Ministério Público orienta a população a não compartilhar dados pessoais ou imagens íntimas com desconhecidos, desconfiar de perfis suspeitos e evitar transferências de dinheiro sem confirmar a identidade do destinatário. Segundo os promotores, golpes e crimes virtuais estão cada vez mais frequentes, o que exige uso consciente.
Denúncias podem ser feitas pela Ouvidoria do MPMS, no site ouvidoria.mpms.mp.br, pelo telefone 127 ou diretamente nas Promotorias de Justiça. O Disque 100, da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, também recebe denúncias sobre violações contra crianças e adolescentes, em ambientes online ou offline.
