A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou mudanças na priorização de pedidos de registro de remédios. A partir de agora, solicitações envolvendo a semaglutida passarão à frente na fila de análise.
Isso significa que será dada prioridade à avaliação de medicamentos genéricos ou similares do Ozempic no Brasil. De acordo com o órgão, o objetivo da medida é garantir o abastecimento destes produtos no mercado brasileiro.

Medicamentos são usados para combater a diabetes e obesidade
A decisão da Anvisa atendeu a um pedido apresentado pelo Ministério da Saúde. A meta da pasta é que o Brasil consiga produzir 70% das necessidades nacionais de medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos, entre outros. Hoje, a indústria nacional responde por 42%.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária afirma que sua capacidade de avaliação é de até três pedidos de medicamentos sintéticos e de até três pedidos de medicamentos biológicos por semestre. Isso ocorre em razão dos “limites operacionais das áreas técnicas envolvidas e a necessidade de conhecimento específico dos profissionais da Agência envolvidos na análise”.

Além da semaglutida, princípio ativo do Ozempic e do Wegovy, a nova regra beneficia os remédios contendo liraglutida, do Saxenda. Ambos fazem parte da classe de medicamentos análogos de GLP-1, usados para combater a diabetes e obesidade.
A patente da liraglutida expirou em março deste ano, enquanto a do Ozempic está prevista para cair em março do ano que vem. Outras fabricantes já podem desenvolver suas versões da semaglutida e pedir liberação da Anvisa, mas a comercialização só poderá ser feita após o término da patente. As informações são de O Globo.
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Anvisa proibiu manipulação de medicamentos
- Em outra decisão, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária vetou a manipulação dos medicamentos Ozempic e Wegovy.
- O órgão determinou que a importação de ingredientes farmacêuticos ativos (IFA) de análogos de GLP-1 obtidos por procedimento biotecnológico para fins de manipulação passa a ser permitida apenas de fabricantes que registraram o remédio na Anvisa.
- Em outras palavras, apenas a farmacêutica Novo Nordisk, desenvolvedora dos medicamentos, tem essa permissão.
- Segundo a agência, “a manipulação desses IFAs envolve uma alta complexidade farmacotécnica e risco sanitário elevado, especialmente em formas estéreis injetáveis”.
- Já a importação dos IFA obtidos por procedimento sintético segue autorizada, desde que exista um produto registrado na Anvisa contendo a molécula em questão.