A Polícia Federal deve abrir uma investigação para apurar a divulgação de fake news que incentiva a retirada de valores de contas atreladas ao Banco do Brasil. A corporação foi acionada nesta segunda-feira (25) pela Advocacia-Geral da União (AGU) por meio de notícia-crime.
O banco estatal enviou um ofício à AGU alertando sobre publicações de “extrema gravidade” feitas nas redes sociais dos deputados federais Eduardo Bolsonaro e Gustavo Gayer que “incentivam a quebra da normalidade institucional” e “propagam a desordem financeira no País”.
Eles pedem aos correntistas que retirem dinheiro devido à aplicação da Lei Magnitsky contra autoridades brasileiras. “Observa-se uma ação articulada de disparo massivo de publicações que buscam aterrorizar a sociedade com a perspectiva iminente de um colapso no sistema”, diz a AGU.

Incentivando o caos
O deputado Gayer publicou um ‘chamado’ aos correntistas do Banco do Brasil em uma publicação intitulada “Tirem seu dinheiro dos bancos, Moraes vai quebrar o Brasil”. Já Eduardo Bolsonaro afirmou em seu canal no YouTube que o banco estatal será cortado das relações internacionais, o que o levará à falência.
Outros perfis em diferentes plataformas também foram citados pela denúncia por replicar conteúdo com teor similar gravado originalmente para o canal AuriVerde Brasil, no YouTube. A onda de desinformação teve início em 19 de agosto, segundo a Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD), unidade da AGU.
“Declarações enganosas ou inverídicas que tenham como objetivo prejudicar a imagem do Banco do Brasil não serão toleradas. O banco tomará todas as medidas legais cabíveis para proteger sua reputação, seus clientes e seus funcionários”, ressaltou o BB em um comunicado enviado à Agência Brasil.

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STF na mira
Na avaliação da AGU, as postagens tem intenção política ao relacionar o suposto colapso do Banco do Brasil às atividades do Supremo Tribunal Federal, “colocando a opinião pública contra o órgão judicial e constrangendo o Poder Judiciário em sua atuação típica”. Os advogados defendem a apuração da autoria dos fatos apontados, “os quais, inclusive, podem guardar correlação com investigações penais em curso no âmbito da competência originária da Suprema Corte”.

Em julho, o governo americano anunciou sanções financeiras contra o ministro Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky, que prevê bloqueio de contas bancárias, ativos e aplicações financeiras no país por violação de direitos humanos.