O setor industrial brasileiro terá à disposição mais de R$ 12 bilhões em linhas de crédito para modernizar a estrutura da chamada indústria 4.0. O plano lançado nesta segunda-feira (25) pelo governo federal quer incentivar a incorporação de robótica, inteligência artificial, computação em nuvem, sensoriamento e internet das coisas (IoT) na área.
O parque fabril brasileiro tem operado com maquinário antigo, com idade média de 14 anos, segundo um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI). No Brasil, 38% dos equipamentos industriais estão próximos ou além do ciclo de vida ideal estabelecido pelos fabricantes. Isso reduz a produtividade e impacta a competitividade do país.
“Era um grande anseio da indústria poder ter um crédito mais acessível para renovar suas máquinas, seus equipamentos, que vão melhorar sua produtividade, sua competitividade, reduzir custos, melhorar a eficiência energética, enfim, poder dar um impulso na atividade industrial”, afirmou o ministro Geraldo Alckmin.

Financiamento atrativo
Operadas pelo BNDES e pela Finep, entidade ligada ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as linhas de crédito terão juros abaixo do mercado, sem ultrapassar a alíquota de 8,5% ao ano. No ano passado, o governo já havia lançado um programa semelhante, destinando R$ 3,4 bilhões em créditos financeiros para a compra de máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos novos.
Para o presidente do BNDES, os investimentos também vão diversificar acordos em países como México, Canadá, Índia e Nigéria. “Há todo outro campo da economia mundial que nós temos que buscar, diversificar e estimular as exportações”, disse Aloizio Mercadante.

Ele também esclareceu que o plano não é exclusivo para empresas habilitadas ao programa Brasil Soberano, criado para ajudar negócios afetados pelo tarifaço de 50% imposto pelo governo dos Estados Unidos. A MP criou R$ 30 bilhões em crédito para setores afetados pela nova taxa por 180 dias, mas o governo já estuda prorrogar a medida.
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Pequenos também ganham
O plano também vai favorecer micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) com uma redução média de 6% das taxas de financiamento para aquisição de máquinas e equipamentos 4.0. Para projetos de até R$ 50 milhões, os empresários poderão fechar acordos por meio da rede credenciada de instituições do BNDES. Já valores de até R$ 300 milhões dependem de aprovação direta do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
