Se cuida, ChatGPT! Anthropic, dona do Claude, agora vale R$ 1 trilhão

Startup por trás do Claude bate US$ 183 bilhões em valor de mercado após rodada de financiamento e continua no páreo com gigantes da IA
Pedro Spadoni02/09/2025 15h44
Celular com logotipo do Claude na tela na frente de tela maior exibindo letreiro no qual está escrito Anthropic
Desenvolvedora do Claude pode ser nova parceira da gigante dos softwares (Imagem: gguy/Shutterstock)
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A Anthropic, startup de inteligência artificial (IA) por trás do Claude – rival do ChatGPT – passou a valer US$ 183 bilhões (cerca de R$ 1 trilhão) após levantar US$ 13 bilhões (R$ 72 bilhões) numa rodada de financiamento anunciada nesta terça-feira (02). Com a avaliação, a empresa se coloca entre as mais valiosas do setor de tecnologia.

O investimento foi liderado pela ICONIQ, Fidelity Management & Research Company e Lightspeed Venture Partners, com participação de nomes de peso como Qatar Investment Authority, Blackstone, TPG, General Catalyst e fundos ligados à BlackRock.

Receita da Anthropic cresceu rápido, diz empresa

Segundo comunicado da Anthropic, a receita anualizada da companhia saltou de US$ 1 bilhão (R$ 5,5 bilhões) no início de 2025 para mais de US$ 5 bilhões (R$ 27 bilhões) em agosto.

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No último ano, a quantidade de “grandes contas” na Anthropic cresceu sete vezes (Imagem: Poetra.RH/Shutterstock)

A empresa diz atender hoje mais de 300 mil clientes corporativos. No último ano, a quantidade de “grandes contas” – companhias que sozinhas representam mais de US$ 100 mil (R$ 550 mil) em receita anualizada – cresceu sete vezes.

Claude Code como motor de receita

Um dos destaques no portfólio da Anthropic é o Claude Code, ferramenta de IA voltada a desenvolvedores. Desde o lançamento, em maio, o produto já teria gerado mais de US$ 500 milhões (R$ 2,7 bilhões) em receita anualizada.

De acordo com a empresa, o uso da plataforma cresceu mais de dez vezes apenas nos três meses seguintes ao lançamento. Isso reforça a aposta da empresa em monetizar não só o chatbot Claude, de uso geral, mas também produtos voltados a nichos.

Disputa acirrada no mercado de IA

Fundada em 2021 por ex-funcionários da OpenAI, a Anthropic se consolidou como um dos principais concorrentes da desenvolvedora do ChatGPT. Além do Claude, que já figura entre os chatbots mais usados do mercado, a startup tem apostado em pesquisas de alinhamento, interpretabilidade e segurança em IA.

big techs desenvolvedoras de ia
Anthropic está no páreo com gigantes da IA como xAI, OpenAI e Google DeepMind (Imagem: Tada Images/Shutterstock)

O valuation bilionário coloca a Anthropic numa corrida direta com gigantes. Além da OpenAI, estão no páreo: Google (Gemini), Meta (Llama) e a xAI (Grok), de Elon Musk. Todas disputam a preferência tanto de governos quanto de grandes empresas que buscam adotar IA em larga escala.

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Anthropic quer usar suas conversas para treinar o Claude

O crescimento da Anthropic acontece em paralelo a uma decisão controversa: a empresa anunciou que passará a usar conversas de usuários para treinar o Claude. A medida, que começa a valer em 28 de setembro, dá a cada pessoa a opção de autorizar ou não que suas interações sejam aproveitadas no treinamento de modelos de IA.

Logo do Claude em um smartphone
A nova medida da Anthropic começa a valer em 28 de setembro e dá a cada pessoa a opção de autorizar ou não que suas interações sejam aproveitadas no treinamento de modelos de IA (Imagem: Ahyan Stock Studios/Shutterstock)

Segundo a empresa, a configuração será aplicada apenas a novas conversas e sessões de programação. Dados antigos não entram, a menos que o usuário volte a interagir com eles. A mudança vale para os planos Free, Pro e Max, além do Claude Code. Mas não atinge clientes corporativos que usam versões como Claude for Work, Gov ou Education, nem quem acessa a IA via API.

Para críticos, o risco é que muitos usuários aceitem os novos termos sem perceber que estão liberando suas informações pessoais para treinamento. A Anthropic afirma que usa técnicas para filtrar dados sensíveis e reforça que não vende informações a terceiros. Mas a discussão reacende o debate sobre privacidade e transparência no mercado de IA.

Pedro Spadoni
Redator(a)

Pedro Spadoni é jornalista formado pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep). Já escreveu para sites, revistas e até um jornal. No Olhar Digital, escreve sobre (quase) tudo.