Chip ultrarrápido: conheça inovação que une micro-ondas, 6G e IA

Nova tecnologia revela como chip compacto pode transformar redes sem fio ao integrar diversas faixas de frequência com inteligência adaptativa
Por Thiago Morais, editado por Layse Ventura 04/09/2025 07h00
chips china
Imagem: Billion Photos/Shutterstock
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Um novo chip ultrarrápido desenvolvido por pesquisadores chineses, da Universidade de Pequim, reúne em um minúsculo componente a capacidade de operar em múltiplas faixas de frequência – de micro‑ondas a terahertz – com velocidades acima de 120 Gbps, oferecendo base para redes 6G inteligentes. A descoberta foi publicada no fim de agosto na Revista Nature.

Combinando arquitetura optoeletrônica de ponta e design reconfigurável, o dispositivo avança sobre limitações dos sistemas tradicionais, prometendo redes mais adaptáveis, flexíveis e aptas a ambientes complexos, incluindo áreas remotas e aplicações sensíveis.

Wafer de silício com chips
Grande sacada está na integração óptico-eletrônica, que traz elementos fotônicos ao silício. Imagem: fotografos / Shutterstock

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A grande sacada está na integração óptico-eletrônica, que traz elementos fotônicos ao silício, especialmente nióbio de lítio em formato de filme fino para administrar frequências que vão de 0,5 GHz a 115 GHz com baixa interferência e alta precisão. Isso permite que um único circuito execute o papel de diversos dispositivos de rádio convencionais, evitando a fragmentação por faixa de frequência.

Chip ultrarrápido para redes 6G

Esse formato compacto não sacrifica performance: o oscilador optoeletrônico reconfigurável embutido no chip garante que a comunicação seja cristalina mesmo em bandas extremamente altas – 115 GHz – e livre de ruído acumulado. O impacto disso é direto: velocidades que superam 120 Gbps, condição requerida para o futuro das redes 6G.

Além da potência, o chip tem inteligência embutida. Ele monitora a qualidade do canal em uso e muda automaticamente para outra faixa disponível caso identifique interferência ou bloqueio, assegurando a continuidade da transmissão.

Chip de silício é essencial na fabricação de dispositivos eletrônicos.

O professor Wang Cheng, da Universidade de Hong Kong, destacou para a Agência China2Brazil que essa liberdade de navegação entre frequências vai além de alta velocidade, abrindo caminho para redes sem fio que são flexíveis e governadas por algoritmos de inteligência artificial.

Já Wang Xingjun, da Universidade de Pequim, vislumbra que essa inovação configura o alicerce físico para uma “rede nativamente orientada por IA”, na qual o próprio hardware ajusta seus parâmetros conforme o ambiente eletromagnético, um avanço essencial para a integração de comunicação com sensores e automação.

Pesquisadores pretendem juntar laser, antena e fotodetector em um módulo do tamanho de um pendrive. Imagem: H_Ko/Shutterstock

Próximos passos

No campo industrial, o impacto pode ser profundo. A cadeia produtiva, desde materiais avançados até antenas e módulos optoeletrônicos, poderá se transformar com essa abordagem unificada como base. E há um plano concreto para tornar tudo mais prático: os pesquisadores pretendem juntar laser, antena e fotodetector em um módulo do tamanho de um pendrive, ‘plug‑and‑play’, que possa ser facilmente adaptado a smartphones, drones, estações-base e dispositivos de IoT.

Colaboração para o Olhar Digital

Thiago Morais é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Com atuação focada em TV e rádio no início da carreira, já atuou em portais como editor de conteúdo e analista de marketing digital.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.