Empresas chinesas preferem a Nvidia do que chips locais

Escassez de alternativas nacionais mantém Nvidia no centro da disputa tecnológica entre gigantes do setor na China
Leandro Costa Criscuolo04/09/2025 19h20
china nvidia
Imagem: Saulo Ferreira Angelo/Shutterstock
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Alibaba, ByteDance e outras gigantes da tecnologia chinesa continuam interessadas nos chips de inteligência artificial da Nvidia, mesmo diante de pressões do governo de Pequim para reduzir a dependência de produtos americanos, segundo informações exclusivas da Reuters.

As companhias buscam garantir o fornecimento do modelo H20, autorizado novamente para venda na China em julho, e já acompanham de perto o B30A, um chip provisório baseado na arquitetura Blackwell.

O novo modelo, se aprovado pelos EUA, deve custar o dobro do H20 (hoje entre US$ 10 mil e US$ 12 mil), mas pode oferecer até seis vezes mais desempenho.

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Empresas chinesas mantêm apetite por chips da Nvidia, apesar das restrições de Pequim (Imagem: Algi Febri Sugita/Shutterstock)

Rivalidade tecnológica e pressão política

  • Os dois chips são versões adaptadas para atender às restrições de exportação dos EUA.
  • Apesar da vigilância de autoridades chinesas, as empresas não foram obrigadas a interromper suas compras da Nvidia.
  • Pequim, no entanto, reforça a necessidade de fortalecer fabricantes locais como Huawei e Cambricon.

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Produção local não acompanha desempenho, apesar de Pequim incentivar empresas ao uso de chips fabricados no país – Imagem: Billion Photos/Shutterstock

A Nvidia, por sua vez, busca manter espaço na China, responsável por 13% de sua receita no último ano fiscal.

A empresa firmou acordo para repassar 15% da receita do H20 ao governo americano, enquanto tenta equilibrar as exigências de Washington e a forte demanda chinesa.

Demanda continua alta

A procura segue elevada porque rivais nacionais ainda não conseguem competir em desempenho. Estima-se que a Nvidia tenha em estoque entre 600 mil e 700 mil chips H20, além de preparar amostras do B30A para testes já em setembro.

O CEO Jensen Huang vê potencial de até US$ 50 bilhões no mercado chinês, mas a incerteza sobre licenças e regulações levou a Nvidia a adotar previsões cautelosas de vendas, o que já impactou suas ações.

Bandeira da China ao fundo com uma mão segurando um smartphone que mostra, em sua tela, o logo da Nvidia
Contrariando recomendações do governo, as chinesas Alibaba, ByteDance e Tencent disputam chips da Nvidia (Imagem: Saulo Ferreira Angelo/Shutterstock)
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.