Videogames não são vilões: estudo revela o que leva ao vício em jogos

Pesquisadores destacam que transtornos como depressão e ansiedade estão por trás da maioria dos casos de dependência em jogos eletrônicos
Leandro Costa Criscuolo07/09/2025 16h00
games
Imagem: Prostock-studio/Shutterstock
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Os videogames, por gerações, sempre foram sinônimo de diversão. Mas, em alguns casos, o hábito pode se transformar em transtorno de jogo, marcado por isolamento, conflitos e negligência de responsabilidades. A dúvida que persiste é: a culpa é dos jogos em si?

Um novo estudo conduzido pelos neurocientistas Kylie Falcione e René Weber, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, sugere que não.

Publicada no JAMA Network Open, a pesquisa analisou 4.289 adolescentes entre 2018 e 2022, dentro do Adolescent Brain Cognitive Development Study. Foram considerados fatores como depressão, ansiedade, impulsividade, bullying e eventos traumáticos.

Jogadora empolgada comemorando a vitória em um duelo de videogame multiplayer online de naves espaciais, derrotando os oponentes. Mulher aproveitando seu tempo livre em um apartamento com luzes RGB, se sentindo nas nuvens com a vitória.
Novo estudo derruba mito: jogos não causam vício sozinhos (Imagem: DC Studio/Shutterstock)

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Culpa não é exatamente dos videogames

  • Os resultados indicam que o transtorno de jogo está mais ligado a condições pré-existentes do que à natureza viciante dos games.
  • “As crianças que já apresentavam sintomas depressivos e problemas sociais eram mais propensas a ficar presas em um ciclo de jogos problemáticos”, explicou Falcione.
  • Segundo ela, para esses jovens, os games acabam funcionando como um mecanismo de enfrentamento prejudicial.
  • Weber acrescenta que pode haver uma “espiral descendente”, em que psicopatologias agravam o transtorno de jogo e vice-versa, tornando difícil separar causa e efeito.
Pessoa jogando Fortnite em frente a televisão
Análise com mais de 4 mil jovens mostra que fragilidades emocionais e sociais antecedem os comportamentos compulsivos (Imagem: Erik Mclean/Unsplash)

Tratamentos mais eficazes

As conclusões podem orientar melhores tratamentos. “O melhor passo é começar pelo nível da psicopatologia — identificar os problemas subjacentes”, defende Falcione.

Ela alerta que simplesmente tirar os videogames raramente resolve: “Sem tratar a raiz, os filhos podem recair ou buscar outras formas nocivas de escape.” Estima-se que o transtorno por jogos afete cerca de 3% dos jogadores no mundo.

Criança jogando videogame/computador
Estudo sugere que o caminho do tratamento está em atacar problemas de saúde mental, e não apenas limitar o tempo de tela – Imagem: Frame Stock Footage/Shutterstock


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Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.