Venda de carros elétricos no Brasil deve bater recorde em 2025

Vendas podem ultrapassar 200 mil emplacamentos até o fim do ano, impulsionadas por investimentos de montadoras chinesas
Por Bruna Barone, editado por Lucas Soares 08/09/2025 08h44
veículos byd
(Imagem: BYD / Divulgação)
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O Brasil pode registrar recorde de vendas de veículos eletrificados neste ano, passando de 200 mil emplacamentos. O número representa um aumento de 13% sobre o total de 2024 (177.358). No cenário mais provável, podem atingir 215 mil, o que representaria um crescimento anual de 21%. Os dados são da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE). 

Dos 20.222 eletrificados leves vendidos em agosto de 2025, 77,5% foram veículos plug-in (que dependem de tomada) e 22,5% híbridos sem recarga externa. Nessa categoria, os híbrido plug-in lideraram as vendas com 8.057 unidades, representando 40% do total de eletrificados. Já os 100% elétricos bateram mais uma vez o recorde mensal, com 7.624 unidades (38% do total de eletrificados).

“O crescimento dos veículos plug-in sugere que esse segmento cresceu mesmo diante das incertezas causadas pelo debate nacional sobre as novas regras dos Corpos de Bombeiros para instalação e operação de equipamentos de recarga elétrica nas garagens dos prédios”, avalia a ABVE.

Dos 20.222 eletrificados leves vendidos em agosto de 2025, 77,5% foram veículos plug-in (Imagem: Ralf Hahn/Shutterstock)

São Paulo lidera vendas

Um dos destaques de agosto foram os 2.245 híbridos flex (HEV Flex) emplacados, com aumento expressivo de 118% sobre julho (1.026). Liderados pelo Estado de São Paulo, esse foi o melhor desempenho de vendas dos veículos com essa tecnologia desde o início do ano.

Os HEV e HEV Flex totalizaram 4.541 unidades, equivalentes a 22,5% do mercado de eletrificados em agosto. “Os números indicam que os híbridos não plug-in continuam relevantes em regiões onde a infraestrutura de recarga ainda está em desenvolvimento”, diz a ABVE.

imagem mostra um carro elétrico sendo recarregado em um posto
Vendas de elétricos podem ter alta de 21% neste ano no Brasil (Imagem: @frimufilms/Freepik)

A Região Sudeste, aliás, lidera de forma expressiva o mercado de eletrificação no Brasil, impulsionada principalmente por São Paulo, que se destaca tanto nas vendas de veículos leves eletrificados quanto de ônibus elétricos, segundo a associação. As regiões que mais venderam veículos eletrificados leves em agosto de 2025:

  • 1º – São Paulo: 6.487 (32,1%)
  • 2º – Distrito Federal: 2.010 (9,9%)
  • 3º – Santa Catarina: 1.243 (6,1%)
  • 4º – Rio de Janeiro: 1.234 (6,1%)
  • 5º – Minas Gerais: 1.204 (6%)

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Setor em expansão

Com base nos dados compilados até agora, o setor de eletrificados tem 9,4% de participação sobre o mercado automotivo total no Brasil. Na avaliação da ABVE, a tendência é de crescimento contínuo entre consumidores que priorizam tecnologias menos poluentes.

O ano também tem sido marcado pelos investimentos significativos das montadoras chinesas de eletrificados, com destaque para a inauguração de duas novas fábricas no Brasil: BYD, em Camaçari (BA), e GWM, em Iracemápolis (SP). Além disso, novas marcas passaram a operar no país, ampliando a oferta de modelos eletrificados.

Nova fábrica da BYD em Camaçari, na Bahia
Fábrica da BYD em Camaçari, na Bahia, impulsiona crescimento do setor (Imagem: Reprodução)

“As vendas de eletrificados continuam aquecidas, mesmo diante de taxas de juros altas e aumento do imposto de importação de veículos elétricos”, disse o presidente da ABVE, Ricardo Bastos. “Confirmando-se o cenário mais provável, teremos aumento das vendas acima de 20% em 2025 sobre o ano anterior, o que representa um crescimento três vezes mais rápido do que a média do conjunto do mercado automotivo brasileiro”, concluiu.

Bruna Barone
Colaboração para o Olhar Digital

Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.