Dinossauros gigantes sofreram com doença mortal, revela estudo brasileiro

Análise de fósseis identificou sinais de osteomielite, uma infecção óssea destrutiva causada por uma bactéria, fungo, vírus ou parasita
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Layse Ventura 08/09/2025 13h26
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Imagem: BY MOVIE/Shutterstock
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Os dinossauros surgiram durante o período Triássico, por volta de 245 a 230 milhões de anos atrás. E foram extintos há cerca de 65 a 66 milhões de anos, no final do Cretáceo, após eventos desencadeados pela colisão de um asteroide com a Terra.

Mas engana-se quem acredita que estes animais antigos prosperaram sem maiores dificuldades durante os milhões de anos entre os dois acontecimentos. Pelo menos é o que aponta um estudo publicado na revista The Anatomical Record.

Osteomielite pode ser causada por bactéria (Imagem: Kateryna Kon/Shutterstock)

Doença óssea mortal

  • O trabalho foi conduzido por pesquisadores brasileiros e analisou fósseis de seis saurópodes que habitaram a região onde hoje fica o Brasil.
  • Estes animais eram herbívoros gigantes, com um pescoço muito comprido que terminava em uma cabeça pequena.
  • Apesar do tamanho descomunal, em alguns casos superando os 30 metros, os dinossauros foram ameaçados por uma doença óssea mortal há cerca de 80 milhões de anos.
  • A equipe encontrou sinais de osteomielite, uma infecção óssea destrutiva causada por uma bactéria, fungo, vírus ou parasita.
  • Hoje, a infecção afeta mamíferos, pássaros e répteis.

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Muitos dinossauros podem ter morrido

De acordo com os pesquisadores, a preferência dos saurópodes por ecossistemas úmidos pode ter contribuído para as infecções. É o caso de pântanos e antigas planícies aluviais (terrenos planos formados pela deposição de sedimentos transportados e depositados por rios durante inundações).

Eles explicam que estes locais eram caracterizados pela grande quantidade de água parada, o que criava ambientes perfeitos para a transmissão da doença. Dessa forma, muitos dinossauros podem ter morrido durante o Cretáceo em função desta condição.

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Fósseis apresentam evidências de lesão causada por osteomielite (Imagem: Tito Aureliano et al./The Anatomical Record)

Os ossos que analisamos estão muito próximos uns dos outros no tempo e do mesmo sítio paleontológico, o que sugere que a região proporcionou condições para que os patógenos infectassem muitos indivíduos durante esse período.

Tito Aureliano, paleontólogo da Universidade Regional do Cariri (URCA) e principal autor do estudo

O trabalho também revela que, como nenhuma das lesões ósseas mostra evidência de cicatrização, as infecções provavelmente ainda estavam ativas no momento da morte dos animais. As conclusões ainda sugerem que a doença pode ter progredido de maneiras diferentes, dependendo do dinossauro ou do tipo de patógeno envolvido.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.