Os dinossauros surgiram durante o período Triássico, por volta de 245 a 230 milhões de anos atrás. E foram extintos há cerca de 65 a 66 milhões de anos, no final do Cretáceo, após eventos desencadeados pela colisão de um asteroide com a Terra.
Mas engana-se quem acredita que estes animais antigos prosperaram sem maiores dificuldades durante os milhões de anos entre os dois acontecimentos. Pelo menos é o que aponta um estudo publicado na revista The Anatomical Record.

Doença óssea mortal
- O trabalho foi conduzido por pesquisadores brasileiros e analisou fósseis de seis saurópodes que habitaram a região onde hoje fica o Brasil.
- Estes animais eram herbívoros gigantes, com um pescoço muito comprido que terminava em uma cabeça pequena.
- Apesar do tamanho descomunal, em alguns casos superando os 30 metros, os dinossauros foram ameaçados por uma doença óssea mortal há cerca de 80 milhões de anos.
- A equipe encontrou sinais de osteomielite, uma infecção óssea destrutiva causada por uma bactéria, fungo, vírus ou parasita.
- Hoje, a infecção afeta mamíferos, pássaros e répteis.
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Muitos dinossauros podem ter morrido
De acordo com os pesquisadores, a preferência dos saurópodes por ecossistemas úmidos pode ter contribuído para as infecções. É o caso de pântanos e antigas planícies aluviais (terrenos planos formados pela deposição de sedimentos transportados e depositados por rios durante inundações).
Eles explicam que estes locais eram caracterizados pela grande quantidade de água parada, o que criava ambientes perfeitos para a transmissão da doença. Dessa forma, muitos dinossauros podem ter morrido durante o Cretáceo em função desta condição.

Os ossos que analisamos estão muito próximos uns dos outros no tempo e do mesmo sítio paleontológico, o que sugere que a região proporcionou condições para que os patógenos infectassem muitos indivíduos durante esse período.
Tito Aureliano, paleontólogo da Universidade Regional do Cariri (URCA) e principal autor do estudo
O trabalho também revela que, como nenhuma das lesões ósseas mostra evidência de cicatrização, as infecções provavelmente ainda estavam ativas no momento da morte dos animais. As conclusões ainda sugerem que a doença pode ter progredido de maneiras diferentes, dependendo do dinossauro ou do tipo de patógeno envolvido.