Novo estudo mostra que cérebros com TDAH têm estrutura única

Técnica inovadora de ressonância magnética elimina distorções e revela diferenças em regiões ligadas à atenção e ao controle emocional
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Layse Ventura 08/09/2025 14h04
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Imagem: ClareM/Shutterstock
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Um estudo conduzido pela Universidade de Chiba, no Japão, trouxe evidências mais consistentes de que cérebros com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) têm características estruturais únicas.

O avanço veio com o uso do chamado método do sujeito viajante (TS), que corrige distorções técnicas em exames de ressonância magnética feitos em diferentes máquinas e locais.

Tecnologia de escaneamento traz evidência clara de diferenças no cérebro com TDAH (Imagem: BeritK/iStock)

Descobertas do estudo

  • Tradicionalmente, pesquisas sobre TDAH por imagem cerebral apresentavam resultados conflitantes – alguns estudos mostravam redução de substância cinzenta, outros não viam diferença ou até apontavam aumento.
  • Isso se devia, em parte, ao “ruído” causado por equipamentos distintos.
  • Para eliminar esse viés, os cientistas escanearam 14 voluntários neurotípicos em quatro máquinas diferentes.
  • Como o cérebro das mesmas pessoas não muda em curto prazo, qualquer diferença detectada era atribuída ao aparelho.
  • Esse controle permitiu analisar, com maior precisão, um grande banco de dados com 178 crianças com desenvolvimento típico e 116 com TDAH.
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TDAH ganha nova prova biológica: estudo mapeia diferenças no cérebro – Imagem: mapush/shutterstock

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Resultados auxiliam diagnóstico precoce

Os resultados mostraram que, após a harmonização, crianças com TDAH tinham volumes menores em áreas frontotemporais, regiões ligadas à atenção, regulação emocional, funções executivas e tomada de decisão.

Embora o estudo tenha limitações – como a amostra restrita a certos contextos geográficos e clínicos –, os pesquisadores destacam que o método TS pode ajudar no diagnóstico precoce, no acompanhamento de terapias e na redução do estigma, ao oferecer provas biológicas mensuráveis da neurodivergência.

O trabalho foi publicado hoje, 8 de setembro, na revista Molecular Psychiatry.

Descoberta dos pesquisadores pode reduzir estigmas e abrir caminho para terapias mais eficazes – Imagem: Phalexaviles/Shutterstock
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.