A mesa de jantar no Rose Gardens, na Casa Branca, foi tomada por líderes da tecnologia na semana passada. O anfitrião, claro, era o presidente dos Estados Unidos. Donald Trump tem realizado eventos para chefões do Vale do Silício desde que iniciou seu segundo mandato. O objetivo não poderia ser outro: arrancar investimentos para os EUA. Ou pelo menos promessas para tornar a América “grande” novamente.
O evento marcou o encerramento de uma cúpula educacional sobre IA promovida pela primeira-dama Melania Trump. Ela preside a recém-formada Força-Tarefa de Educação em IA, inaugurada no início daquele dia, que buscará maneiras de integrar o assunto ao cotidiano das crianças americanas.
Estavam presentes 33 nomes do setor, incluindo o cofundador e CEO da Meta, Mark Zuckerberg, Tim Cook, da Apple, o CEO da Alphabet, empresa controladora do Google, Sundar Pichai, além de Satya Nadella da Microsoft, Sam Altman da OpenAI, Safra Catz da Oracle e Lisa Su da AMD. Mas um deles protagonizou a cena que chamou atenção nos últimos dias.

“Não estava pronto”
Em determinado momento, Trump se vira para Zuckerberg e pergunta: “Quanto você vai gastar, diria, nos próximos anos?”. Zuckerberg respondeu que “provavelmente será algo como, não sei, pelo menos US$ 600 bilhões até [20]28 nos EUA”. Trump fez um aceno. “É muito, obrigado, Mark, é ótimo ter você aqui.”
Mais tarde, Zuckerberg, virando-se para Trump, pede desculpas e diz: “Desculpe, eu não estava pronto… Não tinha certeza de qual número você queria usar”.
Após a repercussão, o CEO da Meta comentou o momento polêmico em uma publicação no Threads. “Eu não tinha certeza sobre qual número ele estava perguntando, então apenas compartilhei o número menor até 28 e esclareci com ele depois”, escreveu ele, acrescentando que “é bem possível que invistamos ainda mais”.

Zuckerberg também tem trabalhado para cumprir a promessa de construir um laboratório de “superinteligência artificial”. A Meta realizou contratações milionárias de especialistas em IA, “roubando” especialistas em IA que, até então, trabalhavam para Apple, OpenAI e outras grandes empresas de tecnologia.
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O X da questão
Também deu o que falar a ausência de Elon Musk, CEO da Tesla, SpaceX, a Boring Company, a Neuralink e a startup de IA xAI — e ex-aliado de Trump. Nas redes sociais, Musk escreveu: “fui convidado, mas infelizmente não pude comparecer. Um representante meu estará lá”.
Até então no comando do Departamento de Eficiência Governamental dos EUA (DOGE), Musk tem se mantido afastado do governo Trump por desavenças políticas. A relação começou a se deteriorar com a aprovação de um projeto de lei de orçamento e impostos. Para o empresário, o projeto aumenta o déficit orçamentário e prejudica o trabalho do DOGE.

Já Jensen Huang, presidente-executivo da Nvidia, a maior fabricante de chips de computador do mundo, também optou por pular o evento — ele geralmente prefere reuniões diretas individuais, segundo a imprensa internacional. Em março, Huang prometeu investir “várias centenas de bilhões” nos EUA em uma tentativa de aliviar a pressão da Casa Branca, mas não detalhou as cifras.