EUA autorizam transplantes de rim de porco em humanos

Os porcos são geneticamente modificados para que seus órgãos sejam mais compatíveis com receptores humanos
Alessandro Di Lorenzo10/09/2025 13h29
Médicos cirurgiões durante uma cirurgia passando instrumentos com uma luz vinda de cima
É possível mudar de personalidade após um transplante de órgãos? (Imagem: Inside Creative House/Shutterstock)
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O transplante de órgãos revolucionou a medicina, dando uma segunda chance para muitas pessoas. No entanto, a escassez de órgãos humanos tem se tornado um problema crescente, especialmente nos Estados Unidos.

Dessa forma, órgãos de porco geneticamente modificados tornaram-se uma esperança. Opção que está mais perto de se tornar realidade após uma decisão da Food and Drug Adminstration (FDA), órgão regulador de alimentos e medicamentos dos EUA.

Empresa eGenesis desenvolveu método que reduz chances de rejeição dos órgãos (Imagem: Julien Tromeur/Shutterstock)

Porcos são geneticamente modificados

  • Nesta semana, a autoridade norte-americana autorizou a realização de testes em humanos envolvendo rins de porcos da empresa de biotecnologia eGenesis.
  • Os suínos são geneticamente modificados para que seus órgãos sejam mais compatíveis com receptores humanos.
  • A chave para esse esforço é o uso de uma ferramenta chamada CRISPR para desativar o gene responsável por um carboidrato conhecido como alfa gal.
  • Sem isso, o corpo humano rejeitaria um órgão de porco quase imediatamente.
  • Os testes irão durar 24 semanas e irão analisar a segurança e eficácia do método, segundo comunicado divulgado pela própria eGenesis.

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Porcos são geneticamente modificados para serem usados em transplantes (Imagem: Mark Agnor/Shutterstock)

Testes devem começar ainda neste ano

Segundo especialistas, a autorização dos testes em humanos vai ampliar o conhecimento sobre o transplantes de órgãos de porco. Isso porque os experimentos feitos até agora eram específicos, limitados a poucos pacientes que se enquadravam em uma série de condições.

Os casos únicos, ou estudos com um único paciente, são super úteis para entender onde estamos de forma geral… mas a grande questão é: como isso se comporta em uma variedade de pacientes diferentes? A única maneira de responder como isso vai se comportar em uma multiplicidade de pacientes é realizar um estudo maior.

Mike Curtis, presidente e CEO da eGenesis
transplante
Autorização é um passo para tornar os transplantes entre espécies uma realidade (Imagem: Akarawut/Shutterstock)

A empresa planeja realizar os primeiros transplantes ainda em 2025. A ideia é transplantar 33 pacientes ao longo dos próximos dois anos e meio. Neste grupo estarão incluídas pessoas com uma condição de saúde melhor, o que pode ajudar a verificar a durabilidade dos órgãos.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.