IA ameaça funções básicas de TI, mas abre espaço para novas carreiras

A inteligência artificial vai automatizar parte da TI até 2030, mas também deve criar milhões de novos empregos, segundo especialistas
Por Valdir Antonelli, editado por Lucas Soares 10/09/2025 07h33, atualizada em 10/09/2025 09h21
imagem feita por inteligência artificial mostra um robô trabalhando em um emprego
(Imagem gerada por IA via DALL-E/Olhar Digital)
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Sempre se falou que a inteligência artificial iria acabar com o emprego de milhares, pra não dizer milhões, de pessoas. E uma das áreas que pode estar sob ataque é a TI, tanto que analistas do Gartner acreditam que até 2030, será impossível “soletrar TI sem IA”, segundo matéria publicada na arstechnica.

Foi o que afirmaram os vice-presidentes e analistas da empresa, Alicia Mullery e Daryl Plummer, durante uma palestra no Simpósio de TI do Gartner realizado na Austrália. Mas acalme-se, segundo o Gartner “todo o trabalho na TI será realizado com ajuda da IA”, mas isso não significa que os empregos serão perdidos.

Segundo o Gartner, 25% de todo o trabalho na área de TI será realizado pela IA, mas isso não significa que empregos serão perdidos. Crédito: pcess609/iStock)

25% do trabalho será totalmente automatizado

Segundo Mullery, atualmente “81% do trabalho” na área de TI é feito unicamente por humanos, sem auxílio da IA. Para ela, em cinco anos, 75% do trabalho ainda será realizado por pessoas, mas “potencializado por IA”, com os outros 25% totalmente nas mãos dos robôs.

Números e previsões sobre IA na TI

  • 81% do trabalho em TI ainda é feito apenas por humanos.
  • Em 5 anos, 75% continuará humano, mas apoiado pela IA.
  • 25% será totalmente automatizado.
  • Apenas 1% das perdas atuais de empregos é atribuída à IA.
  • 78 milhões de empregos podem ser criados até 2030 (Fórum Econômico Mundial).

Essa mudança, explica Plummer, “significará que os departamentos de TI ganharão capacidade de trabalho e precisarão mostrar que merecem mantê-la”, de acordo com o The Register.

Uma mulher e dois homens encarando duas telas de computadores, á sua frente.
Em 5 anos, 75% do trabalho em TI continuará humano, mas apoiado pela IA, aumentando a produtividade. Crédito: Gorodenkoff/Shutterstock

Para ele, não haverá um “banho de sangue de empregos [perdidos] para a IA”, explicando que, atualmente, apenas 1% das perdas de vagas de trabalho podem ser atribuídas ao uso de robôs.

Ainda assim, alguns empregos serão perdidos para a inteligência artificial

Apesar disso, a parceria entre IA e TI não significa que todos os empregos serão salvos. Os analistas explicam que vagas mais básicas serão substituídas. Pesquisa realizada pela Revelio Labs já aponta para essa transformação: “empregos de nível básico altamente expostos à IA diminuíram em mais de 40% de janeiro de 2023 a julho de 2025.”

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Apesar disso, pesquisa da Goldman Sachs pontua que o impacto da IA é apenas “transitório”, já que novos empregos seriam criados.

Imagem mostra homem sentado em uma mesa, digitando em um teclado de computador olhando para a tela do PC
Segundo o Gartner, apenas 1% das perdas de vagas de trabalho podem ser atribuídas ao uso de robôs. Crédito: Gorodenkoff/Shutterstock

No entanto, destaca matéria da arstechnica, predominam duas percepções em relação à IA: um é o que demonstra medo da perda de empregos, mas outro afirma que a IA pode se tornar uma ferramenta útil, aumentando a produtividade dos funcionários, no lugar de apenas substituí-los.

E tem gente que acredita que a IA vai incentivar a criação de empregos. Relatório do Fórum Econômico Mundial afirma que até 2030, 78 milhões de empregos serão criados a mais do que aqueles que irão sumir.

Mas, na verdade, ainda é cedo para afirmar que a IA irá substituir ou criar novas vagas de emprego. Vivemos algo parecido durante a Revolução Industrial, quando grandes inovações tecnológicas fizeram as indústrias migrarem da produção artesanal para a produção em massa. Na época, muitos empregos desapareceram, mas também outros tantos precisaram ser criados para atender às necessidades da indústria. Essa é transformação que estamos vivenciando novamente.

Valdir Antonelli
Colaboração para o Olhar Digital

Valdir Antonelli é jornalista com especialização em marketing digital e consumo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.