Lua encerra a semana encontrando as “sete irmãs” Plêiades

Olhe para o céu nesta madrugada e veja a Lua próxima do aglomerado estelar das Plêiades, conhecido como "As Sete Irmãs"
Flavia Correia11/09/2025 09h09
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Representação artística da Lua se aproximando das Plêiades. Créditos: Giuseppe Donatiello / CCO (Domínio Público). Montagem: Olhar Digital
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A uma distância de 444 anos-luz da Terra, há um aglomerado estelar aberto chamado Plêiades, também conhecido como Messier 45 (M45) ou “As sete irmãs”. Nesta sexta-feira (12), elas poderão ser vistas bem próximas da Lua.

Sobre o aglomerado estelar das Plêiades:

  • Trata-se do objeto Messier mais próximo do nosso planeta e um dos mais proeminentes do céu profundo, com magnitude de 1,6;
  • Objetos Messier são regiões do céu profundo inventariadas pelo astrônomo francês Charles Messier no Catálogo de Nebulosas e Aglomerados Estelares, publicado originalmente em 1771, com a última edição realizada em 1966;
  • M45 é vista como uma mancha azulada próximo ao “ombro” da constelação de Touro;
  • Para um observador a olho nu, geralmente as Plêiades aparecem como uma cópia menor da Ursa Maior cercadas por uma nuvem de poeira – um padrão azulado de seis estrelas em destaque (embora haja uma quantidade maior, com mais de 100 estrelas visíveis com telescópio comum entre mais de mil estimadas).
Aglomerado estelar M45 (Plêiades), que é visto como uma mancha azulada próximo ao “ombro” da constelação de Touro. Crédito: Davide De Martin/ESA/ESO/NASA

Não, você não leu errado: seis estrelas em destaque. Mas, então, por que são chamadas de “As Sete Irmãs”? Você vai saber mais adiante onde está a sétima estrela principal. 

Encontro da Lua com as Plêiades será às escondidas

De acordo com o guia de observação astronômica In-The-Sky.org, a aproximação máxima da Lua com as Plêiades será às 19h10 (pelo horário de Brasília), quando elas estarão a apenas 58,4 minutos de arco de distância.

“Minutos de arco” é uma unidade de medida usada em astronomia para indicar ângulos muito pequenos no céu. Se um arco completo tem 360º, 60 minutos de arco equivalem a um grau. Logo, a distância entre a Lua e as Plêiades durante o encontro será um pouco menor que isso.

No entanto, nesse momento, elas estarão abaixo da linha do horizonte, portanto, não poderão ser observadas. Ainda assim, ao longo de toda a madrugada anterior, entre 0h09 e 5h25, já será possível vê-las bem próximas no céu, sentido norte.

Configuração do céu no momento em que a Lua e as Plêiades estarão mais altas, às 4h23 da manhã desta sexta-feira (12). Crédito: Stellarium Web

A Lua estará a dois dias da fase minguante, 61% iluminada, em magnitude de -12.3, e a magnitude de M45 será de 1.3, ambas na constelação de Touro. Quanto mais brilhante um objeto parece, menor é esse valor (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o corpo mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.

O par não estará perto o suficiente para caber no campo de visão de um telescópio, mas será visível a olho nu ou através de um par de binóculos.

Leia mais:

Onde está a sétima estrela?

Se o aglomerado é visto como um padrão de seis estrelas, por que então ele é chamado de “As Sete Irmãs”? 

Imagem das Sete Irmãs Plêiades fotografadas da Espanha. Crédito: © Sándor Biliczki via Royal Observatory Greenwich

De acordo com o guia de astronomia Starwalk Space, a razão é que a aparência do céu era diferente nos tempos antigos, quando o nome foi criado. Naquela época, observadores conseguiam ver instantaneamente e a olho nu as sete estrelas principais.

Com o tempo, uma delas desapareceu da vista. A mudança foi causada por Pleione, uma estrela de brilho variável, que mudou de posição no céu com o passar dos séculos. Ela acabou chegando perto demais de Atlas, e ambas são vistas a olho nu como uma só estrela.

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.