Ilustração de homem denisovano andando em floresta (Imagem: Cheng-Han Sun)
Nossos ancestrais, ao se acasalarem com os antigos denisovanos, podem ter obtido alguns genes de suma importância e que têm efeito positivo em nossa saúde até hoje.
Um novo estudo aponta que algumas populações humanas podem, inclusive, ter DNA denisovano. Isso aumenta sua resistência a várias doenças causadas por parasitas, como a malária.
Com o surgimento de mais fósseis de denisovanos na Ásia, os cientistas conseguem, cada vez mais, ver, claramente, que nossos parentes ocuparam grande faixa da massa terrestre da Terra, precisando se adaptar a uma gama de climas e habitats.
Dessa forma, algumas populações, supostamente, entraram em contato com mosquitos, carrapatos e outros que transmitem patógenos perigosos. Com isso e com o passar do tempo, é possível terem obtido certo nível de tolerância às doenças.
Um dos exemplos apontados por Trájer é que a frequência de um alelo denisovano, denominado HLA-H*02:07 segue alta em moradores da cidade de Ho Chi Minh, na qual o parasita protozoário Plasmodium vivax, transmissor da malária, é endêmico.
Assim, ele sugere que o gene pode ter ajudado a proteger os denisovanos da doença, ao passo em que sua prevalência em humanos modernos na localidade aponta que ele ainda deve ter grande importância para a saúde daquelas pessoas.
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Um pensamento compartilhado é de que outros genes codificam vários compostos denominados enzimas CYP estivessem no genoma dos denisovanos, permitindo, assim, que nossos ancestrais se adaptassem às várias pragas escondidas nas florestas.
Conforme o autor da pesquisa, as enzimas teriam “contribuído para o combate a doenças transmitidas por vetores, como a malária causada por P. vivax, por meio de sua capacidade de desintoxicar compostos estranhos e seu potencial envolvimento em respostas imunológicas”.
Ao mesmo passo, Trájer diz que as enzimas CYP podem ter fornecido proteção vital em “ambientes biodiversos ricos em plantas tóxicas, cobras venenosas e florestas tropicais e de monções contendo artrópodes venenosos do Sudeste Asiático”.
Nessa linha da maior resistência aos patógenos, o autor finaliza dizendo que o “extenso legado genético denisovano” nos humanos modernos, agora, “parece menos surpreendente“.
A pesquisa está publicada no Journal of Human Evolution.
Esta post foi modificado pela última vez em 11 de setembro de 2025 21:03