O que é o ‘câncer do 11 de setembro’ que tanto acomete os sobreviventes do atentado?

A doença, que já acomete quase 50 mil pessoas, foi a causa da morte de mais de 3 mil, número superior ao de vítimas fatais no dia da tragédia
Por Matheus Chaves, editado por Wagner Edwards 11/09/2025 16h00
Cenário dos atentados de 11 de setembro de 2001
Bombeiros trabalhando perto da área conhecida como Marco Zero após a queda das Torres Gêmeas - Imagem: Shutterstock/António Correia
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O dia 11 de setembro ficou marcado na história pelos atentados que aconteceram na mesma data em 2001. Além das 2977 mortes, milhares de pessoas traumatizadas e várias que sobreviveram com sequelas, os ataques também tiveram um impacto gigante, acarretando câncer em diversas pessoas.

11 de setembro: o que é o câncer que adoece os sobreviventes do atentado?

O ‘câncer do 11 de setembro’ é um nome que faz referência ao surgimento de diversos tipos de câncer em sobreviventes civis e equipes de resgate que trabalharam nos escombros e respiraram a nuvem tóxica liberada pelo colapso das torres. Esta fumaça era uma junção de asbestos, combustíveis queimados, cimento e fumaça que foi capaz de gerar diversas substâncias químicas prejudiciais à saúde. 

As doenças também se proliferaram em pessoas que tiveram contato com o aterro sanitário Fresh Kills, pois esse foi o lugar para onde os escombros foram levados. Eles tinham poeira de amianto, compostos orgânicos voláteis e outras substâncias que podem causar câncer. 

Foto mostra o momento em que o segundo avião se choca contra uma das duas torres gêmeas, em 11 de setembro de 2001
Foto mostra o momento em que o segundo avião se choca contra uma das duas torres gêmeas, em 11 de setembro de 2001 – Imagem: Britannica/Reprodução

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Quantas pessoas já adoeceram?

Conforme dados do World Trade Center Health Program (Programa de Saúde do World Trade Center), divulgados em junho de 2025, cerca de 48,5 mil pessoas já receberam o diagnóstico de câncer associado ao ataque.

Além das pessoas que estavam dentro do prédio, esse número leva em consideração vizinhos que saíram de casa para serem colaboradores no entorno dos atentados, policiais, bombeiros e voluntários que estiveram na região e respiraram a nuvem tóxica.

Desse total, 24,6 mil foram voluntários no resgate de vítimas, assim como policiais, trabalhadores de limpeza e bombeiros. Já 23,9 mil são sobreviventes civis. Infelizmente, 3.767 socorristas e sobreviventes morreram do ‘câncer do 11 de setembro’ até o momento. Esse número é superior à quantidade de mortos no dia do atentado: 2.977. 

Principais cânceres que acometem os sobreviventes e trabalhadores

ilustração digital de um câncer de pele se desenvolvendo no corpo
Ilustração do câncer se desenvolvendo no corpo (Reprodução: Ebrahim Lotfi/Shutterstock)

Por ordem crescente do número de casos, os principais tumores diagnosticados até então são:

  • Pulmão e brônquios – 1,6 mil;
  • Linfoma – 2,1 mil;
  • Tireoide – 2,1 mil;
  • Melanoma de pele – 3,2 mil;
  • Mama feminina – 4,0 mil;
  • Próstata – 10,9 mil;
  • Câncer de pele não melanoma – 15,5 mil casos.

Processo de surgimento de tumores

Em pesquisas feitas em camundongos expostos ao pó do World Trade Center, cientistas notaram que existe uma maior inflamação e ativação de genes que possuem ligação à multiplicação celular descontrolada, o que ajuda no desenvolvimento de tumores, principalmente se já houver mutações prévias. 

Programa de saúde do World Trade Center

Estetoscópio acima de uma cruz
Itens que remetem a saúde – Imagem: MMD Creative/Shutterstock

Em 2011, foi aprovada a lei James Zadroga 9/11 Health and Compensation Act, a qual determina que o programa de saúde relacionado aos atentados de 11 de setembro continue em vigor até 2090.

Por meio dele, as pessoas podem ter atendimento gratuito. Além disso, é feito o monitoramento e financiamento de pesquisas que mostram como o atentado ainda interfere na saúde de milhares de pessoas. 

Outras doenças

As substâncias químicas também geraram outras doenças em pessoas que estiveram na região do atentado. Veja os resultados do relatório do WTC Health Program (Programa de saúde do World Trade Center):

  • 17 mil possuem transtorno de estresse pós-traumático (TEPT);
  • 22,5 mil vivem com asma;
  • 38 mil têm refluxo gastroesofágico (DRGE);
  • 41 mil pessoas foram diagnosticadas com rinossinusite crônica.
Matheus Chaves
Colaboração para o Olhar Digital

Matheus Chaves é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital

Wagner Edwards
Editor(a) SEO

Wagner Edwards é Bacharel em Jornalismo e atua como Analista de SEO e de Conteúdo no Olhar Digital. Possui experiência, também, na redação, edição e produção de textos para notícias e reportagens.