Mercado de robôs humanoides enfrenta obstáculo importante

Apesar da capacidade de produção dos humanoides estar escalando, a demanda pelos dispositivos não tem acompanhado a oferta
Alessandro Di Lorenzo14/09/2025 06h30
A Apple pode entrar em um novo território: a robótica. Segundo o analista Ming-Chi Kuo, a empresa está desenvolvendo robôs humanoides e não-humanoides
(Imagem criada por DALL-E/Gabriel Sérvio/Olhar Digital)
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Diversas empresas tem investido pesado no desenvolvimento e aperfeiçoamento dos robôs humanoides. A ideia é que eles sejam utilizados para realização das mais diversas funções, desde operações nas indústrias até tarefas domésticas.

De acordo com um relatório do Morgan Stanley, empresa global de serviços financeiros, até 2035, haverá pelo menos 13 milhões de dispositivos no mundo. No entanto, existe um grande desafio para que essas previsões se tornem realidade.

Imagem gerada com IA, mostra robôs humanoides trabalhando em uma fábrica na China
Expectativa é que milhões de dispositivos estejam em funcionamento no futuro próximo (Imagem gerada com IA via DALL-E/Olhar Digital)

Capacidade produtiva dos humanoides está escalando

  • De acordo com informações do portal IEEE Spectrum, os principais players do mercado estão criando condições para produção em larga escala.
  • A Agility Robotics, por exemplo, possui uma fábrica capaz de produzir 10 mil robôs por ano e espera entregar centenas de modelos Digit ainda em 2025.
  • Já a Tesla planeja construir cinco mil robôs Optimus neste ano e pelo menos 50 mil em 2026.
  • Por fim, a Figure acredita que pelo menos 100 mil unidades estarão em funcionamento até 2029.
  • No entanto, essa grande capacidade produtiva pode enfrentar um importante obstáculo: a falta de demanda.

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Empresa de Elon Musk produz robô Optimus (Imagem: divulgação/Tesla)

Obstáculos para a popularização dos dispositivos

A reportagem afirma que as cadeias de suprimentos existentes devem ser capazes de suportar até mesmo as projeções de curto prazo mais otimistas para a fabricação de robôs humanoides. Mas é muito improvável que a procura pelos dispositivos acompanhe a oferta deles. Melonee Wise, que atuou como diretora de produtos da Agility Robotics, afirma que o maior problema é a falta de uma aplicação prática que exija a presença de tantos humanoides.

Robô digit já está sendo utilizado em algumas fábricas (Imagem: divulgação/Amazon)

Além da pequena demanda, os principais obstáculos para o setor na atualidade são a duração da bateria, confiabilidade e a segurança das operações. As empresas garantem que todas estas dificuldades serão superadas nos próximos anos e que trata-se apenas do primeiro passo de uma revolução tecnológica.

De fato, a possibilidade de usar robôs humanoides seguros e confiáveis para desempenhar as mais diversas funções pode revolucionar o mercado de trabalho. No entanto, neste momento ainda é difícil conseguir enxergar este futuro. Talvez precisemos dar um pouco mais de tempo para o setor.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.