Nano Banana, Gemini, Veo 3: as IAs que ‘salvaram’ o Google

Alvo de investigação, empresa poderia ser obrigada a vender o navegador Chrome, mas o boom da IA acabou beneficiando a big tech
Alessandro Di Lorenzo15/09/2025 11h37
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Imagem: Tada Images/Shutterstock
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A inteligência artificial vem se tornando, cada vez mais, uma realidade. A popularização e adoção da ferramenta por milhões de usuários ao redor do mundo tem provocado impactos no próprio mercado de tecnologia.

No caso do Google, por exemplo, há temores de que os chatbots possam ameaçar o domínio do buscador como fonte de pesquisas. Por outro lado, o boom da IA também pode ter salvado a empresa e o seu navegador Chrome.

Logo do Google Chrome
Google poderia ser obrigado a vender o navegador Chrome (Imagem: Gargantiopa/Shutterstock)

Empresa era alvo de investigação

Segundo informações do portal DW, há cerca de um ano, o Google enfrentava o maior desafio antitruste de sua história. Um tribunal em Washington concluiu que a big tech monopolizava ilegalmente o mercado de buscas na internet com acordos bilionários para garantir que o seu mecanismo de busca fosse a opção padrão, o que, na prática, barrava os concorrentes.

Com essa decisão, o Departamento de Justiça dos EUA queria forçar a empresa a vender o navegador Chrome ou o seu sistema operacional Android. Isso levou muitos analistas a preverem o fim da gigante da tecnologia e de seu domínio nos mecanismos de busca.

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Desfecho do caso foi um alívio para a gigante da tecnologia (Imagem: Kozma 94/Shutterstock)

O juiz do caso, Amit Mehta, levou mais de um ano para tomar sua decisão, que foi anunciada em 2 de setembro de 2025 e foi recebida com alívio pelo Google. O magistrado determinou que a gigante da tecnologia não precisaria vender o Chrome nem ser desmembrada e não proibiu os acordos bilionários já em vigor.

No entanto, a justiça ordenou que a empresa conceda aos seus atuais e potenciais rivais acesso aos dados armazenados a partir de trilhões de buscas que são utilizadas para melhorar a qualidade dos resultados. Nesta decisão, Mehta explicou que a inteligência artificial generativa havia mudado, em alguns poucos meses, a situação de todo o mercado.

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Boom da IA mudou entendimento da justiça (Imagem: Anggalih Prasetya/Shutterstock)

IA criou nova realidade no mercado

  • Em sua sentença, o juiz Amit Mehta explicou que o Google ainda é dominante no setor de buscas.
  • No entanto, destacou que “tecnologias de inteligência artificial, particularmente a IA generativa, ainda podem se provar revolucionárias”.
  • Embora elas ainda não estejam perto de substituir os mecanismos de busca gerais, “a indústria espera que os desenvolvedores continuem a adicionar recursos aos produtos de IA generativa para que tenham um desempenho mais semelhante ao dos mecanismos de busca gerais”.
  • Dessa forma, o magistrado reconheceu que as “novas realidades” do mercado tiveram um profundo impacto em sua decisão.
  • “Essas empresas já estão agora numa posição melhor, tanto financeira quanto tecnologicamente, para competir com o Google do que qualquer empresa de busca tradicional tenha estado em décadas,” concluiu.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.