Esta pode ser a solução para ‘limpar’ o lixo espacial

Propulsor de plasma bidirecional usa um motor iônico para lançar os detritos na atmosfera, onde eles podem queimar com segurança
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 16/09/2025 16h14, atualizada em 17/09/2025 11h30
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Imagem: Dotted Yeti/Shutterstock
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Os avanços científicos permitiram o lançamento de satélites e outros dispositivos para o espaço. Estas missões melhoraram a rede de comunicações aqui na Terra, bem como nosso entendimento sobre o que há fora do nosso planeta.

Por outro lado, criou-se um problema bastante sério, com cientistas alertando que o lixo espacial pode ser o responsável pela próxima emergência ambiental. Um cenário que pode ser revertido graças a uma nova invenção.

Equipamento usa motor iônico para lançar lixo espacial na atmosfera (Imagem: reprodução/Scientific Reports)

Dispositivo pode ajudar a limpar a órbita baixa da Terra

  • Em estudo publicado na revista Scientific Reports, pesquisadores apresentaram a ideia de um propulsor de plasma bidirecional.
  • O dispositivo usa um motor iônico para lançar pedaços perigosos de lixo espacial na atmosfera, onde eles podem queimar com segurança.
  • O diferencial é o uso de dois escapamentos apontando em direções opostas.
  • O impulso de cada um deles cancelaria o do outro, permitindo que o satélite de remoção se mantivesse parado enquanto realiza o trabalho.
  • O equipamento foi projetado para ser capaz de remover pedaços maiores de lixo espacial.
  • Isso é fundamental para evitar colisões com satélites, por exemplo.
  • Dessa forma, a invenção pode ajudar a limpar a órbita baixa da Terra.

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Tecnologia pode ajudar a limpar os detritos espaciais (Imagem: Dotted Yeti/Shutterstock)

Possíveis efeitos do acúmulo do lixo espacial

A previsão é que cerca 100 mil espaçonaves possam circundar a Terra até o final desta década. A maioria pertencente a um dos projetos de megaconstelação de satélites, como o Starlink, da SpaceX, que estão atualmente planejados ou sendo implantados. Já a quantidade de lixo espacial queimando na atmosfera anualmente deve ultrapassar 3.300 toneladas.

A maioria dos foguetes em uso hoje funciona com combustíveis fósseis e libera fuligem, que absorve calor e pode aumentar as temperaturas nos níveis superiores da atmosfera da Terra. A incineração atmosférica de satélites produz óxidos de alumínio, que também podem alterar o equilíbrio térmico do planeta.

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Lixo espacial pode ser o responsável pela próxima emergência ambiental  (Imagem: Frame Stock Footage/Shutterstock)

Ambos os tipos de emissões também têm o potencial de destruir o ozônio, o gás protetor que impede que a perigosa radiação ultravioleta (UV) atinja a superfície da Terra. E também podem produzir anomalias significativas de temperatura na estratosfera. Outro efeito deste manto de cinzas metálicas que está se formando na estratosfera como resultado das reentradas dos satélites pode ser a interferência no campo magnético da Terra.

Essas poeiras podem enfraquecer o campo magnético, possivelmente permitindo que uma radiação cósmica mais prejudicial atinja a superfície do planeta. Quanto maior a altitude das partículas de poluição do ar, mais tempo elas permanecerão na atmosfera e mais tempo terão para causar estragos. E o tamanho destas consequências ainda é algo desconhecido.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.