Este laser é capaz de monitorar o lixo espacial

Sistema foi desenvolvido pela Agência Espacial Europeia e pode evitar que os detritos colidam com satélites
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Flavia Correia 16/09/2025 11h33
lixo-espacial-1-1920x1080
Representação artística da grande concentração de lixo espacial na órbita da Terra. Crédito: Frame Stock Footage/Shutterstock
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Cientistas alertam que o lixo espacial pode ser o responsável pela próxima emergência ambiental. Atualmente, existem mais de 130 milhões de fragmentos de detritos maiores que um milímetro orbitando a Terra.

Um dos efeitos desse acúmulo é a maior chance de queda deles no nosso planeta, o que pode acabar gerando transtornos. Para resolver o problema, um poderoso laser foi desenvolvido para rastrear os detritos espaciais.

Sistema de laser foi desenvolvido pela Agência Espacial Europeia (Imagem: reprodução/ESA)

Tecnologia pode prever colisões com satélites

  • As estações de alcance a laser Izaña-1 e Izaña-2 são operadas pela Agência Espacial Europeia (ESA) e fazem parte do Programa de Segurança Espacial do continente.
  • Os dois telescópios operam de forma conjunta.
  • O Izaña-2 dispara pulsos de laser em um pedaço de lixo espacial, enquanto o Izaña-1 detecta a luz refletida.
  • Ao fazer isso, o sistema é capaz de rastrear o caminho dos detritos, mapeando sua órbita e determinando se ele poderia colidir com um satélite, por exemplo.
  • Atualmente, a tecnologia funciona de forma semiautomática, mas a ideia é que ela seja completamente autônoma no futuro.
  • As informações são do portal Space.com.

Leia mais

Tecnologia pode ajudar a reduzir riscos relacionados aos detritos espaciais (Imagem: Dotted Yeti/Shutterstock)

Possíveis efeitos do acúmulo do lixo espacial

A previsão é que cerca 100 mil espaçonaves possam circundar a Terra até o final desta década. A maioria pertencente a um dos projetos de megaconstelação de satélites, como o Starlink, da SpaceX, que estão atualmente planejados ou sendo implantados. Já a quantidade de lixo espacial queimando na atmosfera anualmente deve ultrapassar 3.300 toneladas.

A maioria dos foguetes em uso hoje funciona com combustíveis fósseis e libera fuligem, que absorve calor e pode aumentar as temperaturas nos níveis superiores da atmosfera da Terra. A incineração atmosférica de satélites produz óxidos de alumínio, que também podem alterar o equilíbrio térmico do planeta.

Lixo espacial pode ser o responsável pela próxima emergência ambiental (Imagem: Dotted Yeti/Shutterstock)

Ambos os tipos de emissões também têm o potencial de destruir o ozônio, o gás protetor que impede que a perigosa radiação ultravioleta (UV) atinja a superfície da Terra. E também podem produzir anomalias significativas de temperatura na estratosfera. Outro efeito deste manto de cinzas metálicas que está se formando na estratosfera como resultado das reentradas dos satélites pode ser a interferência no campo magnético da Terra.

Essas poeiras podem enfraquecer o campo magnético, possivelmente permitindo que uma radiação cósmica mais prejudicial atinja a superfície do planeta. Quanto maior a altitude das partículas de poluição do ar, mais tempo elas permanecerão na atmosfera e mais tempo terão para causar estragos. E o tamanho destas consequências ainda é algo desconhecido.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.