A nave espacial Cygnus XL não chegará à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) nesta quarta-feira, 17 de setembro, como planejado originalmente. Segundo a NASA, o motor principal parou mais cedo do que o esperado durante duas paradas programadas para elevar a órbita da espaçonave. Todos os outros sistemas estão funcionando normalmente, diz o comunicado.
O astronauta da NASA Jonny Kim deve capturar a nave usando o braço robótico Canadarm2 da estação, com o apoio da astronauta da NASA Zena Cardman. A data e horário de chegada ainda estão em análise. A espaçonave será instalada na porta voltada para a Terra do módulo Unity e permanecerá na ISS até março de 2026.
Kim passou a terça-feira (16) estudando procedimentos de encontro e praticando manobras do braço robótico que usará quando a Cygnus atingir um ponto a cerca de 10 metros do posto avançado orbital. Ele estará na cúpula comandando a Canadarm2, enquanto a astronauta Zena Cardman o apoia monitorando as atividades.

O lançamento ocorreu às 18h11 do último domingo (14) em um foguete SpaceX Falcon 9, a partir do Complexo de Lançamento Espacial 40, na Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida. A missão é conhecida como Northrop Grumman Commercial Resupply Services 23 da NASA, ou Northrop Grumman CRS-23.
Carga preciosa
A nave está carregada com mais de 5 toneladas de materiais científicos, alimentos, suprimentos e equipamentos, incluindo nitrogênio, oxigênio, processador de urina, peças para manutenção, entre outros. O Cygnus XL também poderá realizar serviços adicionais, como recarregar a órbita da estação para neutralizar o arrasto atmosférico.
Nesta semana, os engenheiros de voo Mike Fincke, da NASA, e Kimiya Yui, da JAXA (Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial) se juntaram à Jonny Kim e Zena Cardman para revisar o plano da missão. Em breve, eles descarregarão novos experimentos científicos para explorar a fabricação de cristais semicondutores, a desinfecção de espaçonaves com luz ultravioleta, a produção de fármacos para o tratamento do câncer e o desenvolvimento de tanques de fluido criogênico.

Esta missão marca o primeiro voo do Cygnus XL, a versão maior e com maior capacidade de carga da nave espacial movida a energia solar da empresa. A Northrop Grumman batizou a nave de SS William “Willie” C. McCool, em homenagem ao astronauta da NASA que faleceu em 2003 durante o acidente com o ônibus espacial Columbia.
A empresa foi pioneira em tecnologias para serviços comerciais de reabastecimento e atende às necessidades logísticas da NASA há 10 anos. De lá para cá, as naves espaciais Cygnus transportaram mais de 62.000 kg de equipamentos, experimentos científicos e suprimentos para sustentar os astronautas da ISS.
A NASA também financia voos da Dragon, da SpaceX, para reabastecer a estação espacial. Até agora, a empresa de Elon Musk realizou com sucesso 32 missões de entrega de suprimentos para a ISS. E, assim como ocorreu com Cygnus, a Dragon não ficou isenta de falhas no início do programa, segundo a CBS News.
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Por dentro do Cygnus XL
A nave consiste em um Módulo de Serviço e um Módulo de Carga Pressurizado que transporta suprimentos, equipamentos e experimentos científicos da tripulação para destinos em órbita baixa da Terra. Todas as peças incorporam componentes de orientação e navegação que permitem operações totalmente autônomas.

Na última década, o design foi aprimorado para dobrar a capacidade de carga, permitir o carregamento apenas 24 horas antes do lançamento e suportar diversas missões secundárias. O modelo mais recente é cerca de 1,6 metro mais longo e transporta cerca de 1.100 kg a mais de carga do que seu antecessor.
“O projeto do Cygnus é a base fundamental para que as espaçonaves apoiem a próxima geração de missões de exploração espacial, desde serviços de entrega e logística para estações espaciais comerciais e outros empreendimentos comerciais em órbita baixa da Terra, até logística do espaço profundo para a Lua e além”, diz a empresa.