SUS pode oferecer terapia injetável contra o HIV

Atualmente, apenas o tratamento em forma de comprimidos, que devem ser tomados diariamente, é oferecido de forma gratuita
Alessandro Di Lorenzo17/09/2025 09h08
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Imagem: mikeforemniakowski/Shutterstock
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A chamada Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) é uma forma eficaz de prevenção à infecção pelo HIV. Ela combina dois medicamentos (tenofovir e entricitabina) que bloqueiam o avanço do vírus no organismo, reduzindo o risco de infeção em até 99%.

Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) já oferece esse tratamento em forma de comprimidos, que devem ser tomados diariamente. Mas existe também uma versão injetável, aplicada a cada dois meses, e que pode ficar disponível em breve.

Imagem de um vírus que causa doenças
Tratamento bloqueia o avanço do vírus no organismo (Imagem: Niphon Subsri/Shutterstock)

Serão avaliados critérios científicos e econômicos

  • Segundo informações da Agência Brasil, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) vai avaliar a inclusão da forma injetável da PrEP no SUS.
  • Esse parecer é o primeiro passo para a inclusão de qualquer tecnologia no serviço de saúde pública brasileiro.
  • A comissão pode ser favorável ou contrária à incorporação.
  • Para isso, ela analisa critérios científicos e econômicos, além de ouvir a população em consultas públicas.
  • O pedido de parecer foi feito pela farmacêutica GSK, responsável pelo cabotegravir, primeira PrEP injetável de longa duração aprovada para uso no Brasil, com apoio da Sociedade Brasileira de Infectologia. 

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Opção pode ser disponibilizada no SUS em breve (Imagem: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Versão injetável é mais eficaz contra o vírus

Estudo feito com 1,4 mil pessoas, em seis cidades brasileiras, apontou que 83% dos brasileiros ouvidos preferem utilizar o cabotegravir, em vez dos comprimidos, no tratamento contra o HIV. Além disso, 94% delas compareceram ao serviço de saúde para tomar as injeções no prazo correto, o que garantiu que elas permanecessem protegidas ao longo do tratamento.

Já os indivíduos que preferiram utilizar a PrEP oral ficaram protegidos durante apenas 58% dos dias de acompanhamento e um deles testou positivo para HIV. Para os pesquisadores, isso mostra que a versão injetável é mais eficaz.

Vários tipos de remédios em comprimido em cima de uma folha escrito "HIV/AIDS"
Tratamento com comprimidos já é oferecido (Imagem: Smart Calendar/Shutterstock)

De acordo com o Ministério da Saúde, o número de usuários de PrEP no Sistema Único de Saúde chegou a 119 mil este ano. O uso da terapia é considerado fundamental num cenário de aumento de novas infecções. Em 2023, foram identificados 46.495 casos de HIV no país, cerca de 2 mil a mais do que no ano anterior.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

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